4.) O Santuário É a Estrada ou o Caminho que Leva ao Céu

Em meu último estudo, “Retornando à Santidade Através do Santuário”, apresentei a base para um estudo mais aprofundado e a aplicação dos princípios do Santuário em nossa vida diária à medida que crescemos em Jesus. Toda a Bíblia está escrita na linguagem do Santuário, e se não vermos a correlação entre o Santuário e os requisitos de Deus para a humanidade desde a queda de Adão e Eva, perderemos muito do que a Bíblia está nos ensinando sobre a obra de Jesus para a salvação. Em vez de repetirmos o estudo que foi realizado sobre a necessidade de louvar e o poder de um louvor, vou apenas fazer referência a várias citações sobre o louvor, para depois começar o estudo sobre as últimos seis etapas da jornada do Santuário rumo à santidade na presença de Deus.

“Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração” (Salmos 100).

 “A melodia de louvor é a atmosfera do Céu” (Em Lugares Celestiais, p. 93).

“[...] louvarão ao Senhor os que o buscam...” (Salmos 22:26).

“Cristo, nosso Mediador, e o Espírito Santo estão constantemente intercedendo em favor do homem, mas o Espírito não pleiteia por nós como faz Cristo, que apresenta Seu sangue, derramado desde a fundação do mundo; o Espírito opera em nosso coração, extraindo dele orações e penitências, louvor e ações de graças. A gratidão que flui de nossos lábios é resultado do toque do Espírito nas cordas do ser, em santas recordações, despertando a música do coração” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 6, p. 1076).

“A linguagem da alma deve ser de alegria e gratidão [...] Cultivai apenas os pensamentos e sentimentos que produzem gratidão e louvor. ... Rogo-vos que nunca pronuncieis uma palavra de queixa, mas acariciai sentimentos de gratidão e reconhecimento. Isso fazendo, aprendereis a ter música em vosso coração” (Em Lugares Celestiais, p. 32).

É natural que o coração humano seja afetado pela variedade de coisas que experimentamos todos os dias, e algumas destas podem ser positivas e outras negativas. Mas não é vontade de Deus permitir que nossas emoções passem por altos e baixos com as coisas que vivenciamos a cada dia. Se estivermos habitando no Santuário do amor de Deus, nosso coração poderá permanecer firme em Jesus e receber Sua graça em todas as situações enfrentadas diariamente.

No Antigo Testamento, os sacerdotes caminhavam até o Santuário todas as manhãs com cânticos e louvores a Deus, usando voz e instrumentos musicais. Ao chegarem à entrada do Santuário, estavam cheios de louvores a Deus e prontos para iniciar os rituais prescritos para a congregação naquele dia. Ao passarem pelas portas do pátio do Santuário, eram imediatamente cercados pela cortina branca que circundava a parte interna do pátio e dos serviços do Santuário. Semelhantemente, toda pessoa do povo de Deus que segue a prescrição celestial para a comunhão com Deus e para uma relação pessoal com Jesus será coberto pela justiça de Cristo desde o início de sua adoração, que perdurará o dia inteiro, ao caminhar junto com Ele em sagrada comunhão e relacionamento. Dessa forma, poderemos viver cada dia de nossa vida em tal harmonia com Jesus, que será apenas uma antecipação do que vamos experimentar quando chegarmos no Céu.

“Aproxima-se o dia em que a batalha terá sido ferida e ganha a vitória [...] Juntas, constituirão uma família feliz, unida, trajada das vestes de louvor e ações de graça — as vestes da justiça de Cristo” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 8, p. 42).

Depois de atendermos à chamada do Espírito Santo enquanto adoramos a Deus, através de um período de louvor e ação de graças a Ele, a próxima etapa no Santuário é o Altar de Sacrifício

Essa área era o local onde o adorador israelita estava autorizado a entrar com um cordeirinho como oferta por seus pecados. Após confessar seus pecados sobre a cabeça do cordeirinho, ele pegava uma faca, cortava a garganta do animal e, enquanto o sangue escorria, o sacerdote tomava daquele sangue utilizando-se de um vaso sagrado usado para esse fim, e o levava até o Altar de Sacrifício, onde, mergulhando o dedo no sangue, passava-o nos quatro chifres, às extremidades do altar. O sangue era então levado pelo sacerdote até o Lugar Santo, onde era aspergido sobre o Altar de Incenso e depois sobre a Cortina que separava o Lugar Santo do Santíssimo, onde permaneceria até o Dia da Expiação ao final do ano. Naquele dia, através das cerimônias do Dia da Expiação, os pecados acumulados do povo de Israel eram apagados, a cortina já velha, carregada dos pecados do povo era removida, e uma nova e limpa colocada em seu lugar, pronta para iniciar os rituais de remoção dos pecados do povo no ano seguinte.

Porém estes eram apenas sombras das coisas que estariam por vir. A Bíblia nos diz que o pecado não pode ser removido pelo sangue de touros e cabras, mas somente pelo precioso sangue do Cordeiro de Deus.   Isto não significa, no entanto, que os serviços do Santuário não tenham mais qualquer significado para o povo de Deus deste lado da Cruz; pois, Jesus ascendeu ao Céu, onde o verdadeiro serviço do Santuário está sendo realizado por Jesus como nosso Sumo Sacerdote, para a remoção dos pecados de nossas vidas agora.

“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Hebreus 9:11-14.

“Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro Santuário, porém no próprio céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus. [...] E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo, [...] assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez por todas para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar aqueles que esperam por ele” (Hebreus 9:24, 27, 28, versão NAA).

Percebe você que Paulo diz aqui que, na volta de Jesus, Ele não estará carregando nossos pecados, mas simplesmente efetuando a nossa salvação? Há muitos cristãos que acreditam e ensinam que pecaremos até a volta de Jesus, porém isso é um engano fatal! Em nenhum lugar da Bíblia é esse erro ensinado; pois todo o pecado precisa ser eliminado do povo de Deus enquanto Jesus ainda estiver ministrando no Santuário!  Quando Ele sair de sua obra no Lugar Santíssimo o destino de todos estará selado para sempre.

“O Filho de Deus [...] cumpriu Seu compromisso e entrou nos Céus para tomar sobre Si o governo da hoste celestial. Ele cumpriu uma fase de Seu sacerdócio morrendo na cruz pela raça caída. Está agora cumprindo outra fase, pleiteando diante do Pai pelo caso do pecador arrependido e crente, e apresentando a Deus as ofertas de Seu povo. Por ter tomado a natureza humana, e nessa natureza vencido as tentações do inimigo, bem como pelo fato de possuir a perfeição divina, foi confiado a Ele o julgamento do mundo. Ele examinará o caso de cada pessoa e pronunciará a sentença, retribuindo a casa um conforme suas obras” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 928).

É de extrema importância reconhecer que os serviços do Santuário do Antigo Testamento estavam apontando para a verdadeira obra de Cristo como Sumo Sacerdote no Santuário celestial, à medida em que Ele aplica Seu sangue e Seu sacrifício sobre todos aqueles que cooperarem com Ele na purificação de suas vidas, em preparação para a entrada no Reino dos Céus. Com isso em mente, consideremos o significado do ritual que era exigido do pecador no serviço do Santuário do Antigo Testamento.

O Altar de Sacrifício, feito de bronze, era um símbolo da imperfeição, pois o bronze não é tão refinado quanto o ouro. Portanto, naquele altar era mantido um cordeiro queimando dia e noite para representar a constante necessidade da expiação de Cristo por nós na Cruz do Calvário. Porém o serviço do Santuário não parava ali; o sangue do cordeiro morto, representando o pecador, era levado até ao Santuário e aspergido sobre a cortina que dividia o Lugar Santo do Santíssimo.  Esse ato representava a verdade de que algo mais precisava ser feito para a salvação do pecador, do que apenas confessar seus pecados repetidas e contínuas vezes, sem receber uma completa purificação, que estava disponível no Santuário. Especialmente esta é a compreensão que precisa chegar à geração final, que viverá no período da história deste mundo quando Jesus está justamente concluindo Sua obra de purificação e de aniquilamento de todos os pecados registrados contra Seu povo – preparatório para deixar o Santuário e derramar as taças da ira de Deus sobre os ímpios, nas sete últimas pragas.

Alguns cristãos preferem permanecer no Pátio de sua experiência com Jesus, vivendo em um ciclo de pecar e se arrepender, pecar e se arrepender, sem nunca avançar para a purificação de caráter que Jesus oferece àqueles que seguem para a experiência do Lugar Santíssimo com Ele. Ellen White faz este apelo:

“A verdade é mantida muito no Pátio exterior. Seja ela trazida ao templo interior da alma, entronizada no coração e que assuma o controle da vida. A Palavra de Deus deve ser estudada e obedecida, então o coração encontrará paz, descanso e alegria, e as aspirações estarão voltadas para o Céu. Mas quando a verdade é posta à parte da vida, no pátio exterior, o coração não é aquecido com o ardente fogo da bondade divina” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 547).

Há muito simbolismo do Santuário nessa citação, mas vamos colocá-la em uma linguagem mais compreensível: o Pátio externo representa o comportamento, em lugar de um relacionamento pessoal. Podemos aprender a ter um comportamento correto sem ter um relacionamento íntimo com Deus, ou mesmo com outros seres humanos. Quantas pessoas passam a vida inteira sem conhecer o verdadeiro amor e a verdadeira conexão com outros seres humanos ou mesmo com Deus! É por isso que Jesus disse:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus. Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:21-23).

Ao trabalho pessoal por outros, deve preceder muita oração particular, pois requer grande sabedoria o compreender a ciência da salvação de pessoas. Antes de comunicar-vos com os homens, comungai com Cristo. Junto ao trono da graça celestial preparai-vos para ministrar ao povo” (Parábolas de Jesus, p. 74).

Observe o simbolismo do Santuário nessa citação. “O trono da graça celestial” se refere ao Segundo Compartimento, ou Lugar Santíssimo, pois o trono de Deus é simbolizado no Santuário pela Arca da Aliança que contém a Lei de Deus. Quanto mais soubermos sobre o Santuário e como aplicá-lo na vida diária e em nosso relacionamento com Jesus, mais perceberemos na Palavra de Deus e no Espírito de Profecia a linguagem do Santuário, que possui chaves escondidas que nos guiarão à perfeição de caráter e a um relacionamento com Jesus que nos purificará de todo o pecado e toda imperfeição.

Agora que lançamos as bases para uma caminhada pelo Santuário em nossas devoções diárias, consideremos a aplicação da experiência espiritual de que precisamos, que é simbolizada pelo Altar de Sacrifício. Ao contrário do pecador que levava seu cordeirinho para o Santuário do Antigo Testamento, mas não tinha relacionamento com o sacerdote oficiante, precisamos nos concentrar na necessidade de uma conexão pessoal com Jesus, pois Ele é o nosso Sumo Sacerdote que deseja nos conduzir por todas as fases do nosso devocional e estabelecer uma relação íntima conosco. Sem Jesus não podemos perceber nem compreender a profundidade e a natureza dos nossos pecados, e se estamos vivendo o que acreditamos ser uma boa vida cristã, precisamos ter cuidado, pois podemos ter pecados que nem sequer percebemos.

Uma das funções do Espírito Santo é nos convencer do pecado, e então nos levar ao arrependimento e nos purificar de qualquer coisa em nossa vida que possa estar nos impedindo de ter uma caminhada profunda e alegre com Jesus. Por outro lado, Satanás, que é o “acusador dos irmãos”, gosta de falsificar a voz do Espírito Santo e fazer com que tenhamos um sentimento de pecaminosidade que só pode ser aliviado e lavado por uma caminhada pessoal com Jesus.

“Então, ouvi grande voz do Céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho [...] Por isso, festejai, ó Céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. [...] Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:10-17).

Como podemos saber a diferença entre a convicção do Espírito Santo e a voz denegrida do maligno que nos condena? É por causa desse problema específico que se torna imperativo iniciarmos nossa adoração com louvor e permanecermos louvando o tempo todo, não importa o que venha a acontecer na nossa vida. Satanás está sempre procurando oportunidades para deprimir, desencorajar e culpar os filhos de Deus e depois ainda nos fazer acreditar que é Deus quem está fazendo essas acusações contra nós. Na realidade, Satanás adora nos levar ao pecado e depois nos torturar com o senso de culpa a fim de nos separar de nossa alegre caminhada com Jesus.

“Ao pressionar em nossa alma a ideia de que Deus está descontente conosco, Satanás procura torturar a nossa vida com a incredulidade” (Carta 24, 1895, pp.4-6).

“Se restringirmos a expressão de incredulidade e, através de palavras esperançosas e ações determinadas, fortalecermos nossa própria fé e a de outros, nossa visão se tornará notavelmente mais clara. A pura atmosfera celestial circundará nossa alma.

“Sejam fortes e falem de esperança. Abram caminho através dos obstáculos. Estão espiritualmente casados com Jesus Cristo. A Palavra é sua segurança. Aproximem-se do Salvador com a plena confiança de uma fé viva, unindo suas mãos às dEle. Entrem pelos caminhos que Ele está abrindo. Façam o que Ele disser, seja o que for. Ele os ensinará com tão boa vontade como ensinará a qualquer outra pessoa” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 462).

Vocês dispõem da certeza de que os anjos de Deus, cujo lar é o pavilhão do Eterno e que veem a glória de Deus, são os seus ajudadores” ((Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 462).

Devemos orar sem cessar, e todos devemos viver nossas orações. A fé aumentará sobremodo com o exercício [...] Aprendam de Cristo. Tenham fé em Seu poder para os ajudar e salvar. A fé é o próprio fluido vital da alma. Sua presença comunica entusiasmo, saúde, coerência e saudável discernimento. Sua vitalidade e vigor exercem influência poderosa, embora inconsciente. A vida de Cristo na alma é como uma fonte de água que salta para a vida eterna. Ela conduz a um constante cultivo das graças celestiais e à submissão ao Senhor em todas as coisas” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, pp. 471, 472).

“Precisamos elevar-nos a uma espiritualidade cada vez mais alta. Temos de pôr fim a todas as queixas e cultivar o ato de dar graças. Devemos trabalhar pela salvação de pessoas que perecem. Temos de apegar-nos ao Poder supremo e fechar os ouvidos às queixas e críticas. Esmagai essa inclinação e esvaziai o templo da alma de maus pensamentos. Não permaneça ali nenhum pensamento infeliz” (Este Dia com Deus, p. 364).

Assim podemos ver que cabe a nós alcançarmos a Jesus, e pela fé, confiarmos nEle!  Mesmo quando pecamos ou caímos nas trevas, Jesus não nos abandona. Porém quando cedemos ao tentador e pecamos contra Deus, damos ao diabo a oportunidade de nos desencorajar e nos acusar. Precisamos imediatamente voltar para Jesus e pedir a Ele que nos perdoe e nos ajude a manter nossos olhos focados nEle, nos regozijando em Sua salvação!

A história de Pedro em Mateus 7:25-33, quando ele tentou andar sobre a água pode ser uma lição para nós. Ele estava seguro até tirar os olhos de Jesus e começar a pensar em si mesmo.  Porém mesmo quando Pedro ficou temeroso, perdeu sua fé e conexão com Jesus e começou a afundar na água, Jesus estava bem ali; e quando Pedro pediu ajuda, Jesus o tomou pela mão e juntos voltaram imediatamente para a segurança do barco.

A mesma coisa acontece conosco. Às vezes podemos experimentar um distanciamento de nossa intimidade e conexão com Jesus.  Naquele momento somos tentados a desanimar e de repente em nossa mente ouvimos a voz de Satanás com mais clareza do que a voz de Jesus.  Porém isso não é uma indicação de que Jesus nos abandonou, pois Ele compreende as nossas fraquezas, sabendo que nossa única esperança é confiar que Ele está bem ali ao nosso lado, acenando-nos para que retornemos a Ele e recebamos o perdão e a certeza de nossa salvação. É justamente nesse momento, que é imperativo lembrarmos de que – para nos reconectarmos com Jesus devemos começar com o louvor.

Jesus não precisa de nosso louvor para nos aceitar de volta. Na realidade, o louvor se faz necessário para desviarmos nossa mente e coração de nossos pecados, focalizando-os em nosso Salvador. O louvor nos dá esperança, coragem e fé para nos achegarmos a Ele, e saber que Ele ainda nos ama e que Seus braços estão abertos para o retorno do filho pródigo.

Foi comprovado que os louvores produzem correntes elétricas positivas no cérebro, ao passo que o pensamento negativo produz correntes negativas. A negatividade nos sintoniza no canal de Satanás, enquanto o louvor conecta nossa mente com o Céu. Então nossas confissões no Altar de Sacrifício não serão uma triste história de aflição e desânimo, nem uma recitação superficial dos pecados cometidos, mas sim uma união de confissão e arrependimento misturados com louvores a Jesus, porque Ele tem o poder de nos purificar de todo pecado e nos dar a vitória quando nos unimos a Ele na caminhada diária pelo Santuário.

O próximo aspecto a ser considerado em nossa caminhada no Santuário é a Pia ou Bacia. No Santuário do Antigo Testamento, a Pia ficava localizada entre o Altar de Sacrifício e a Cortina que escondia o Lugar Santo dos olhos do povo.  A Pia era utilizada para lavar as mãos e os pés do sacerdote depois de lidar com os sacrifícios de animais, para que pudesse oficiar no Primeiro Compartimento por detrás da Cortina. Semelhantemente, nós precisamos de uma limpeza mais profunda da contaminação causada pelo pecado em nosso coração e mente, limpeza esta que venha a nos impedir de continuar alimentando os hábitos arraigados em nós, que nos fazem pecar. Precisamos de uma transformação de coração e mente e isso só pode ser realizado pelo poder da Palavra de Deus e pelo Espírito Santo trabalhando através da Palavra. Esse processo é descrito em Efésios 5:25-27:

“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”

Em outras palavras, se não usarmos a Palavra de Deus para mudar e lavar a nossa mente das atitudes, dos hábitos e modos de pensar pecaminosos, estaremos condenados a repeti-los enquanto vivermos, pois nós de nós mesmos não temos poder para purificar nossos pensamentos e comportamentos pecaminosos. Porém, à medida em que lermos a Palavra de Deus com o propósito de aprendermos os Seus caminhos, pensamentos e propósitos para nós, o Espírito Santo pode trabalhar e efetuar uma mudança em nosso coração, pensamentos e sentimentos, a fim de nos apresentar a Cristo como pessoas purificadas, aptas para sermos a noiva do Rei.

A partir desse momento estaremos prontos para entrar com Jesus nas câmaras internas do Santuário.

O primeiro item que chama nossa atenção é o Candelabro de Sete Lâmpadas que fica do lado esquerdo do Santuário.  É aqui que pleiteamos pelo recebimento dos dons e das graças do Espírito Santo. É por isso que é tão vital sermos purificados pela Palavra de Deus, para que nosso coração possa estar aberto e pronto para receber os dons e as graças do Espírito Santo.  Estes são listados principalmente em três lugares na Bíblia: Isaías 11:1-5; 4:4; Provérbios 8:12-14; 9:1.

Conforme indicado nesses versículos, os sete aspectos do Candelabro são: sabedoria, entendimento, conselho, poder, conhecimento, temor do Senhor - que é o ódio ao mal - e julgamento.

Como precisamos desses aspectos vitais em nosso caráter! E podemos tê-los todos os dias ao nos esvaziarmos dos pensamentos e sentimentos pecaminosos e ao pedir a Deus que nos encha com todos os aspectos do Seu Espírito!

Também precisamos receber diariamente o fruto do Espírito. Paulo nos dá um bom conselho sobre isso:

“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, [...] Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.  E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.  Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gálatas 5:16-17; 22-25).

Além disso, há os dons do Espírito que devem ser recebidos por aqueles que vivem em harmonia com Deus. Uma lista desses dons para a edificação do corpo de Cristo pode ser encontrada em Efésios 4:1-16, Romanos 12:3-8 e 1 Coríntios 12:4-11.

Nesta altura da nossa caminhada pelo Santuário é um privilégio poder comer do Pão da Vida, que é representado pela Mesa dos Pães da Preposição. Esta é a oportunidade de nos concentrarmos completamente na vida de Cristo e comungar com ele pessoalmente.

Jesus fala sobre isto em João 6:32-40:

“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do Céu; o verdadeiro pão do Céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do Céu e dá vida ao mundo [...] Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. [...] Porque eu desci do Céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.

Neste ponto de nossa caminhada pelo Santuário, temos sido lavados pela Palavra de Deus, preenchidos pelo Espírito Santo, e estamos caminhando em harmonia com Jesus em um relacionamento pessoal com Ele. E agora então podemos chegar ao Altar de Incenso que está diante da Cortina interior e apresentar nossos pedidos a Deus, tendo plena fé de que nossas orações serão respondidas segundo a Sua vontade.

“Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” (Romanos 8:25-27).

Rogue pelo Espírito Santo. Deus mantém cada promessa que fez. Com a Bíblia nas mãos, diga: Fiz como disseste. Apresento Tua promessa: ‘Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á’. Lucas 11:9” (Parábolas de Jesus, p. 72).

Precisamos não só pedir em nome de Cristo, mas também pela inspiração do Espírito Santo. Isto explica o que significa o dito de que: ‘O mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis’. Romanos 8:26. Tais orações Deus Se deleita em atender. Quando proferirmos uma oração com fervor e intensidade no nome de Cristo, há nessa mesma intensidade o penhor de Deus de que Ele está prestes a atender à nossa súplica ‘muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos’. Efésios 3:20” (Parábolas de Jesus, p. 73).

“Cristo disse: ‘Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis’. Marcos 11:24. ‘Tudo quanto pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho’. João 14:13 [...] ‘Se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos’. 1 João 5:14, 15. Portanto insistamos em nossas petições ao Pai em nome de Jesus. Deus honrará esse nome” (Parábolas de Jesus, p. 73).

Não é maravilhoso saber que quando somos purificados do ego e do egoísmo e preenchidos pelo Espírito Santo podemos pedir o que quisermos e isso será feito? Se somos tentados a pedir errado, o Espírito Santo guiará nossos pedidos sinceros e nos ajudará a estar em harmonia com Sua vontade. No entanto, sem a purificação e a orientação do Espírito Santo, nosso pedido será feito segundo o nosso espírito impuro e as nossas orações não serão respondidas.

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1:5-8).

Consegue você perceber a progressão positiva nas etapas do Santuário, nos levando para sermos totalmente preenchidos pelo Espírito, e em sintonia com Jesus, para que possamos cooperar com Ele enquanto Ele nos purifica e nos prepara para a recepção da chuva serôdia? Aqueles que participam do Ministério de Jesus no Segundo Compartimento são os que estarão selados e prontos para serem transladados quando Jesus vier, sem conhecer a morte.

Infelizmente, a grande maioria dos cristãos de hoje, mesmo os Adventistas do Sétimo Dia, não estão cientes da necessidade de cooperar com Jesus enquanto Ele ministra por nós no Segundo Compartimento do Santuário. Somente uma contínua comunhão com Ele nos preparará para a santidade de caráter que é necessária para estarmos prontos para o fim do tempo da graça. Quantos que pensavam que seriam salvos serão encontrados em falta naquele dia!

“Vi que Deus estava estendendo uma cobertura sobre o Seu povo a fim de protegê-lo no tempo de angústia; e que cada alma que se decidia pela verdade e era pura de coração devia ser coberta com a proteção do Todo-poderoso” (Primeiros Escritos, p. 43).

Acredito que a preparação que Deus deseja para Seu povo poder enfrentar o tempo de angústia é encontrada apenas na experiência do Santuário. É somente através de uma caminhada contínua com Deus que chegaremos ao ponto em que o pecado não faça mais parte de nosso pensamento e da nossa vida. É o mesmo estado que Enoque foi capaz de alcançar em sua caminhada íntima com Jesus. Então Ele não apenas perdoará nossos pecados, mas os removerá completamente da nossa vida para que não haja nada entre nós e nosso Salvador.

Deseja o seu coração fazer parte daquele grupo? Você pode fazer parte deles se tão somente não mais esconder nada de Jesus que possa estar separando seu coração do dEle. No próximo estudo, focarei completamente na necessidade e na maneira de cooperar com Jesus na obra de purificação que Ele está realizando agora em favor do Seu povo no Segundo Compartimento, ou Lugar Santíssimo, do Santuário celestial.

O teu caminho, ó Deus, está no Santuário” (Salmos 77:13).

 

Carol Zarska, MAR, Escritora, em 15 Julho 2019