5.) O Aniquilamento do Pecado I

Em nossos estudos sobre o Santuário até agora, examinamos sua importância e função em nos dar vitória sobre o pecado. Agora, quero apresentar a importância do Santuário para o aniquilamento completo do pecado em nossas vidas.

No ciclo anual do Santuário do Antigo Testamento, o pecado era registrado diariamente, como tipo, com o sangue aspergido na cortina, ou véu, que separava o Lugar Santo do Santíssimo. Essa cerimônia apontava para o sacrifício de Jesus, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29).

Em função de Jesus ter vivido uma vida perfeita, enquanto humano e ter derramado Seu sangue na cruz do Calvário por todos os filhos de Adão, todos nós podemos hoje nos aproximar do trono da graça sem a separação de um véu, através de um relacionamento pessoal com Ele.

“E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mateus 27:50, 51).

“A qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 6:19, 20).

“Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre. Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar; por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro [...] e sobre ela, os querubins de glória, que, com a sua sombra, cobriam o propiciatório” (Hebreus 9:1-5).

“Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados; mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo, querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido. É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto” (Hebreus 9:6-9).

“Quando, porém, Cristo veio como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos humanas, quer dizer, não desta criação, e não pelo sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santuário, uma vez por todas, e obteve uma eterna redenção. Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! (Hebreus 9:11-14).

“Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que os que foram chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que houve uma morte para remissão das transgressões que foram cometidas sob a primeira aliança” (Hebreus 9:15).

“Cristo é o ministro do verdadeiro tabernáculo, o sumo sacerdote de todos os que nEle creem como salvador pessoal” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 930) “e Seu ofício nenhum outro pode assumir. Ele é o sumo sacerdote da igreja, e Ele tem uma obra a fazer que nenhum outro pode realizar.  Por meio de Sua graça, é capaz de preservar todos os homens da transgressão” (The Signs of the Times, 14 fev. 1900).

O tema de toda a Bíblia é o esforço de Deus para salvar a humanidade da presença e do poder do pecado. Desde eternamente Deus havia formulado o plano da salvação, e tão logo o homem pecou, o plano foi colocado em ação.  Na primeira fase, Deus se utilizava do Santuário terrestre para se encontrar com Seu povo e depois da vinda de Jesus à Terra e Sua ascensão de volta ao céu, Ele deu continuidade à seguinte fase do plano.

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem” (Hebreus 10:1).

Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade”(Hebreus 10:5-7).

“Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.” (Hebreus 10:11-14).

“E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre” (Hebreus 10:15-17).

Com base nesses textos podemos ver claramente que, embora os serviços do Santuário do Antigo Testamento não pudessem aperfeiçoar ninguém, ofereciam salvação para aqueles que, pela fé, estavam esperando sedentas pelo Redentor que viria. Observe como Paulo descreve a razão pela qual o ministério de Cristo produz a salvação em contraste com os serviços do Santuário do Antigo Testamento:

“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Hebreus 8:10).

Observe a citação que está em Jeremias 31:31-34:

“Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. [...] Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

A promessa de uma nova aliança que Deus deu ao Seu povo no Antigo Testamento, e novamente no Novo Testamento é especialmente aplicável ao povo de Deus no final dos tempos. É o resultado da obra de Cristo no Lugar Santíssimo, onde os pecados de Seu povo serão finalmente purificados, a Lei de Deus escrita perfeitamente em seu coração e seus pecados aniquilados para sempre.

“A obra do juízo investigativo e extinção dos pecados deve efetuar-se antes do segundo advento do Senhor. Visto que os mortos são julgados pelas coisas escritas nos livros, é impossível que os pecados dos homens sejam cancelados antes de concluído o juízo em que seu caso deve ser investigado. Mas o apostolo Pedro declara expressamente que os pecados dos crentes serão apagados quando vierem ‘os tempos do refrigério pela presença do Senhor’, e Ele enviar a Jesus Cristo. Atos 3:19, 20. Quando se encerrar o juízo de investigação, Cristo virá, e Seu galardão estará com Ele para dar a cada um segundo for a sua obra” (O Grande Conflito, p. 485).

“No cerimonial típico — sombra do sacrifício e sacerdócio de Cristo—a purificação do rsantuário era o último serviço realizado pelo sumo sacerdote no conjunto anual das cerimônias ministradas. Era a obra encerradora da expiação — uma remoção ou afastamento do pecado de Israel. Prefigurava a obra final no ministério de nosso Sumo Sacerdote no Céu, pela remoção ou obliteração dos pecados de Seu povo, que se achavam registrados nos relatórios celestiais. Este trabalho envolve uma investigação e um julgamento; e isto precede imediatamente a vinda de Cristo nas nuvens do céu, com poder e grande glória. Quando Ele vier, pois, todos os casos estarão decididos. Diz Jesus: ‘O Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra’. Apocalipse 22:12. É esta obra de julgamento, que precede imediatamente a segunda vinda, que é anunciada na mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:7: ‘Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo’” (O Grande Conflito, p. 352).

É evidente que a obra coroadora de Jesus no Santuário celestial é a purificação e o apagamento dos pecados de Seu povo, cumprindo assim a finalização de sua obra de restauração, dentro dos princípios da nova aliança, que escreveria a Lei de Deus sobre as tábuas do coração. Em um dos primeiros sermões de Pedro, depois do Pentecostes, ele apontou para a obra final de purificação que será realizada em favor do povo de Deus antes da segunda vinda de Jesus:

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado.  O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio” (Atos 3:19-21)

“O sangue de Cristo, ao mesmo tempo que livraria da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado no santuário até à expiação final [...] Então, pela virtude do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todo o verdadeiro arrependido serão eliminados dos livros do Céu [...] para não mais serem lembrados nem virem a mente” (Patriarcas e Profetas, p. 255).

“O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias” (O Grande Conflito, p. 421).

“Embora o pecado fosse perdoado, o seu registro permanecia até o Dia da Expiação, quando então seria apagado. E somente então aconteceria a reconciliação final” (Comentário Bíblico, Vol. 1, p. 777, n.t., [não EGW]).

O apóstolo Pedro se referiu a este mesmo conceito em um sermão anterior, ao responder ao clamor do povo: “Que faremos, homens irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão (remissão, no inglês) dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:37-38).

Pedro foi inspirado pelo Espírito Santo ao usar a palavra “remissão”, e aqui estão alguns significados para essa palavra:

·        Independência, perdão, liberação, misericórdia, liberdade (Concordância Strong).

·        O cancelamento de uma dívida, cobrança ou penalidade.

·        Uma diminuição da seriedade ou intensidade de uma doença ou dor; uma recuperação temporária.

·        Perdão dos pecados. Desculpar, perdoar, absolver, exonerar.

·        Remissão médica: desaparecimento dos sinais e sintomas da doença. Uma remissão pode ser temporária ou permanente.

Em outras palavras, a remissão significa que quando uma pessoa aceita Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e está realmente arrependida, ela é perdoada de seus pecados, e os sintomas do pecado não mais estarão no controle de sua vida. Normalmente ocorre uma mudança drástica na vida da pessoa e, à medida que ela caminha com Jesus, pelo poder do Espírito Santo ela continuará crescendo em Cristo, ou seja, continuará crescendo em justiça e santidade de carácter. Porém, se ela se desviar da caminhada com Jesus e retornar aos seus pecados antigos, toda a sua justiça será esquecida e a pessoa acaba se tornando pior do que era antes. 

“Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou viverá. [...] Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (Ezequiel 18:21-24).

Este mesmo princípio é ilustrado também na parábola que Jesus contou sobre o servo malvado em Mateus 18.

“Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia” (Mateus 18:32-34).

Podemos ver que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é-nos ensinado que nossos pecados não são apagados dos livros do Céu até que a obra final de Cristo no Lugar Santíssimo seja concluída – qual seja, a obra de aniquilamento dos pecados do Seu povo arrependido, no Santuário celestial. Os que morrerem em Cristo terão seus pecados apagados enquanto ainda estão na sepultura, no entanto, aqueles que estiverem vivos no final dos tempos precisarão passar por uma purificação especial, que os preparará  para viver durante o tempo de angústia sem um Mediador, tão logo Jesus terminar Sua obra de intercessão no Santuário celestial e sair dali para derramar as sete últimas pragas sobre os ímpios.

“Os que desejam participar dos benefícios da mediação do Salvador, não devem permitir que coisa alguma interfira com seu dever de aperfeiçoar a santidade no temor de Deus [...] O assunto do Santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posição e obra de seu grande Sumo Sacerdote. Aliás, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar. Cada indivíduo tem uma alma a salvar ou perder. Cada qual tem um caso pendente no tribunal de Deus. Cada um há de defrontar face a face o grande Juiz. Quão importante é, pois, que todos contemplem muitas vezes a cena solene em que o juízo se assentará e os livros se abrirão” (O Grande Conflito, p. 488).

“Vivemos hoje no grande dia da expiação. No cerimonial típico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor, para que não acontecesse serem extirpados dentre o povo. De igual modo, todos quantos desejem seja seu nome conservado no livro da vida, devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. Deve haver um exame de coração, profundo e fiel [...] Cada um deve ser provado, e achado sem mancha ou ruga, ou coisa semelhante” (O Grande Conflito, p. 490).

“Quando se encerrar a obra do juízo de investigação, o destino de todos terá sido decidido, ou para a vida, ou para a morte. O tempo da graça finaliza pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu. Cristo, no Apocalipse, prevendo aquele tempo, declara: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (O Grande Conflito, pp. 490, 491).

“‘Vigiai, pois, ... para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo’. Perigosa é a condição dos que, cansando-se de vigiar, volvem às atrações do mundo. Enquanto o homem de negócios está absorto em busca de lucros, enquanto o amante dos prazeres procurará satisfazer aos mesmos, enquanto a escrava da moda está a arranjar os seus adornos — pode ser que naquela hora o Juiz de toda a Terra pronuncie a sentença: ‘Pesado foste na balança, e foste achado em falta’” (O Grande Conflito, p. 491).

Infelizmente, a maioria dos cristãos acredita que o julgamento celestial será feito em segredo e que os resultados não serão conhecidos até a vinda de Jesus, ou até o momento em que a porta da graça se fechar e as sete últimas pragas começarem a cair. Mas esse não é o plano de Deus. Embora seja verdade que essa será a experiência dos ímpios, Jesus quer que o Seu povo tenha um relacionamento tão íntimo com Ele, a ponto de poder nos revelar o momento em que estiver passando pelo nosso nome no julgamento. E então o Espírito Santo nos mostrará as coisas que precisam ser harmonizadas com o caráter de Jesus.

“Diz o profeta: ‘Quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá quando Ele aparecer? Porque Ele será como o fogo dos ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os afinará como ouro e como prata: então ao Senhor trarão ofertas em justiça’. Malaquias 3:2, 3. Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra é mais claramente apresentada nas mensagens do Capítulo 14 de Apocalipse [...] Quando ela se houver realizado, os seguidores de Cristo estarão prontos para o Seu aparecimento” (O Grande Conflito, p. 425).

Quando Jesus passou do Lugar Santo para o Santíssimo em 1844, Ele iniciou a obra de julgamento de todos aqueles que reivindicaram Seu nome ao longo de toda história, começando pelos mortos e terminando com os vivos. Naturalmente, o julgamento dos mortos ocorre enquanto eles estão dormindo na sepultura, e eles são julgados com base na vida que tiveram, de acordo com toda a luz que conheceram. Porém acontece uma experiência diferente para aqueles que passarão pelo julgamento enquanto vivos, pois estes têm a oportunidade de serem purificados de todos os seus pecados e de cooperarem com Jesus no aperfeiçoamento de seu caráter. Isso irá requerer nossa plena atenção e pronta cooperação, pois Jesus “não faz coisa alguma sem a nossa cooperação” (Mensagens Escolhidas, Vol. 2, p. 236).  Tal qual os israelitas eram obrigados a jejuar, orar, afligir a alma e examinar seu coração no Dia da Expiação em cooperação com a obra do Sumo Sacerdote, o povo de Deus hoje também precisa colocar sua atenção integral no que Jesus está realizando no Santuário celestial, para poder cooperar com Ele, de forma inteligente, na obra de purificação que Ele está realizando na vida de cada um a fim de limpar todo o vestígio de pecado.

Qual é a diferença entre aqueles que dormem em Jesus antes de Sua volta e aqueles que atravessarem vivos o tempo de angústia e estiverem vivos quando Jesus voltar? Quando os mortos dormiram em Jesus, Ele ainda estava intercedendo por eles no Santuário celestial.  Porém quando a porta da graça se fechar, e o ministério de Jesus no Santíssimo tiver terminado, não haverá intercessor entre Deus e o homem, nem sangue para cobrir qualquer confissão de pecado.  É por essa razão que o povo de Deus precisa ser purificado de seus pecados e preparado para atravessar o tempo de angústia livre de pecado em suas vidas.  Isto requer uma experiência consciente e viva com Jesus, momento a momento, além de uma comunhão contínua com Ele. Esse processo é descrito no livro Primeiros Escritos, pp. 269-273, no capítulo chamado de “A sacudidura”, onde está descrita a luta angustiante pela qual o povo de Deus atravessará a fim de ser completamente purificado do pecado, receber a chuva serôdia, e estar pronto para pregar o alto clamor. Aqueles que se recusarem a passar por esse processo de purificação com Jesus, ou simplesmente ignorarem a necessidade de passar por ele, serão deixados para trás na escuridão. Então, quando o alto clamor for dado: “O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!”, eles se encontrarão entre as virgens insensatas.

Daniel está se referindo a exatamente isso no capítulo 12:8-10:

“Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão”.

O que os sábios entenderão no tempo do fim que os ímpios não entenderão? Os sábios entenderão como cooperar com Jesus em sua obra final no Lugar Santíssimo, quando Ele estender a Sua mão sobre Seu povo a fim de purificá-lo de todos os pecados da carne e do espírito, para então poder concluir Sua obra de salvação.

Você gostaria de fazer parte daqueles que querem participar nessa obra especial que Jesus está realizando na geração final, em preparação para a Sua vinda? Se assim o desejarmos, precisamos estar dispostos a enxergar nossos pecados e nos afastarmos deles para sempre. Deus nos convida a viver em comunhão com Ele e a ouvir Sua voz, mansa e suave, para que Ele possa nos revelar até mesmo os pecados mais ocultos; e, ao cooperarmos com Ele, Ele nos purificará de toda a imundície. Ele nos diz hoje:

“Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra. Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse” (Isaías 1:18-20).

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. Faze-me lembrar; entremos juntos em juízo; conta tu as tuas razões, para que te possas justificar” (Isaías 43:25, 26).

É unicamente pela união pessoal com Cristo, pela comunhão diária com Ele, comunhão de cada hora, que nos é possível dar os frutos do Espírito Santo. ... Nosso crescimento na graça, nossa alegria, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e do grau de fé que nEle exercemos” (Filhos e Filhas de Deus, p. 290).

“Uma vez formada, esta união com Cristo deve ser mantida [...] Isto não é um contato casual, ora sim ora não [...] A vida que [...] recebestes só pode ser conservada por meio de contínua comunhão. Sem [Jesus] não podeis vencer um só pecado, ou resistir a uma única tentação [...] As vias de comunicação entre o homem e seu Deus devem achar-se de contínuo desimpedidas” (O Desejado de Todas as Nações, p. 479).

“Tudo aquilo em nosso caráter que não puder entrar na cidade de Deus será reprovado; se nos submetermos ao refinamento do Senhor, toda a escória e a impureza serão consumidas” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4, p. 1181).

Irmãos e irmãs, Jesus está trabalhando neste exato momento em Sua obra de purificação no Lugar Santíssimo. Muitas pessoas ao redor do mundo estão vivendo essa caminhada com Jesus.  Não demore para entrar na arca de segurança, não postergue até que seja tarde demais. As coisas deste mundo estão chamando de tal maneira a nossa atenção e a de nossos filhos que acabam nos impedindo de cooperar com a obra final de Jesus em nosso caráter. Precisamos nos afastar de tudo do mundo que nos atrapalhe de focalizar na doce voz de Jesus chamando-nos ao arrependimento, em preparação para receber o Seu Espírito. Tal como Noé entrou na arca e a porta foi fechada, Jesus muito em breve terminará Sua obra no Lugar Santíssimo e a porta será fechada para a salvação. Agora é a hora de ouvir a voz do Espírito Santo e avançar na presença de Jesus. Ele não afastará ninguém que venha a Ele em busca de auxílio. Não importa qual seja sua condição, Ele é capaz de purificá-lo e preenchê-lo com Sua justiça perfeita. Jesus está chamando você agora mesmo:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30).

Não há alegria igual na Terra que se compara à alegria de conhecer Jesus, e de se associar com outras pessoas que estão também passando pela purificação. Ajudando-nos uns aos outros, orando uns pelos outros e compartilhando com eles nossas experiências supera tudo o que este mundo tem a oferecer. Você se juntará a nós enquanto viajamos pelo caminho estreito que leva à vida eterna?

 

Carol Zarska, MAR, Escritora, em 23 Julho 2019