17.) As Três Mensagens Angélicas Revisitadas
/Desde que Adão e Eva pecaram e tiveram que deixar seu belo lar no jardim, o ser humano se afastou do propósito original de franca comunhão com Deus. Logo que o homem pecou, de imediato Deus proveu um meio de se manter em comunhão com todas as pessoas que se apropriassem do sistema sacrifical rudimentar estabelecido na entrada do Jardim do Éden. Ele criou a humanidade à Sua imagem, e é Seu desejo estar em contato constante conosco. Da mesma forma, Deus colocou em nós a necessidade profunda de mantermos uma relação de amor com Ele e com o próximo, à medida que aceitamos Seu amor e a ele respondemos, compartilhando-o com todos a nossa volta em um fluxo interminável.
O grande problema é que nosso cérebro e nossas emoções foram tomados pelo grande enganador, e ouvimos a sua voz acima de todas as outras, porque ela é mais forte e insistente que a voz suave de Deus falando ao íntimo de nosso coração. O diabo é um intruso e pode forçar entrada em nossa mente sem que o desejemos, caso não estejamos atentos às suas táticas, nem reconheçamos o teor e o conteúdo dos pensamentos e sentimentos dele provenientes. A Bíblia nos diz para resistimos ao diabo e ele fugirá de nós [Tiago 4:7]; no entanto, precisamos antes de qualquer coisa identificarmos os pensamentos e sentimentos que vêm dele e nos voltarmos imediatamente a Deus em busca de ajuda.
Jesus disse:
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos. [...] Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:1-10).
“É unicamente pela união pessoal com Cristo, pela comunhão diária com Ele, comunhão de cada hora, que nos é possível dar os frutos do Espírito Santo. ... Nosso crescimento na graça, nossa alegria, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e do grau de fé que nEle exercemos" (Filhos e Filhas de Deus, p. 90).
Quando esteve na Terra, Jesus falou insistentemente sobre ter esse relacionamento pessoal, interativo e permanente com Ele e com Seu Pai para produzirmos a vida justa que Deus promete a todos os que se achegam a Ele por meio de Jesus. Eis alguns exemplos tirados das Escrituras e do Espírito de Profecia sobre essa grandiosa verdade:
"Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada" (João 14:23).
"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. [...] Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. [...] Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito" (João 15:1, 4-7).
"Vi que um santo, se reto, poderia mover o braço de Deus" (Primeiros Escritos, p. 120).
"Se crermos no poder do nome de Jesus, e em Seu nome apresentarmos a Deus nossas petições, jamais seremos despedidos […] Quando rendemos a Deus tudo que temos e somos e, colocados em posições difíceis e perigosas, entramos em contato com Satanás, devemos lembrar-nos de que teremos a vitória se enfrentarmos o inimigo no nome e poder do Vencedor. Em vez de sermos abandonados à derrota, serão todos os anjos enviados ao nosso socorro, se assim confiarmos em Cristo" (Para Conhecê-Lo, p. 262).
"Deus conhece nossas necessidades, e tomou providências em seu favor. Tem o Senhor um celeiro de suprimentos para Seus filhos, e pode dar-lhes o que necessitem, sob quaisquer circunstâncias […] Não existe um tropeço que Ele não possa remover, nenhuma treva que não possa espancar, fraqueza alguma que seja incapaz de transformar em poder, nenhum temor que não possa acalmar, nenhuma aspiração digna que não possa guiar e justificar" (Para Conhecê-lo, p. 220, 221).
"A vida de Cristo mostrou o que a humanidade pode fazer se participar da natureza divina. Tudo quanto Cristo recebeu de Deus, podemos nós possuir também. Portanto, pedi e recebei. Com a perseverante fé de Jacó, com a invencível persistência de Elias reclamai tudo quanto Deus prometeu" (Parábolas de Jesus, p. 74).
"Têm os cristãos o privilégio de saber que Cristo verdadeiramente está naqueles que são da verdade. ‘Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.’ 2 João 5:4. ‘Tudo é possível ao que crê’ (Marcos 9:23); e tudo quanto quisermos, orando, se crermos que receberemos, tê-lo-emos. Marcos 11:24. Esta fé penetra até às mais negras nuvens e traz raios de luz e de esperança ao coração aflito e desanimado. A ausência dessa fé e dessa esperança é que produz perplexidade, temores aflitivos e suspeita de males. Deus fará grandes coisas por Seu povo ao porem nEle toda a sua confiança [...] Cristo provará ser uma inesgotável fonte de força, ‘socorro bem presente’ em todas as ‘tribulações’. Salmos 46:1” (Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 140).
A completa purificação e preparação de nossa vida e de nosso coração, que são imprescindíveis para recebermos a chuva serôdia, resultam do ouvir a voz mansa e suave de Deus.
"Porque o povo habitará em Sião, em Jerusalém; não chorarás mais; certamente se compadecerá de ti, à voz do teu clamor e, ouvindo-a, te responderá. Bem vos dará o Senhor pão de angústia e água de aperto, mas os teus mestres nunca mais fugirão de ti, como voando com asas; antes os teus olhos verão a todos os teus mestres. E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda. E terás por contaminadas as coberturas de tuas esculturas de prata, e o revestimento das tuas esculturas fundidas de ouro; e as lançarás fora como um pano imundo, e dirás a cada uma delas: Fora daqui. Então te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta será fértil e cheia; naquele dia o teu gado pastará em largos pastos” (Isaías 30:19-23).
Para ouvirmos a voz de Deus e recebermos orientação e direção do Espírito Santo, é imprescindível vivermos de acordo com a luz recebida, termos o coração sensível às impressões do Espírito Santo, passando tempo com Deus em Sua palavra e através da oração. Em todas as épocas da história, os que seguiram essa receita de santidade foram aqueles a quem Deus pôde Se revelar e usar como Seus representantes.
Deus está em busca de pessoas assim, e você e eu podemos estar entre os escolhidos. A receita é a mesma de todas as épocas: vivermos à altura de toda a luz que temos e estarmos em constante busca por mais luz, à medida que nos aproximamos do fim do tempo da graça.
"Mediante o ministério dos anjos é o Espírito Santo habilitado a atuar na mente e coração do instrumento humano, e atraí-lo a Cristo [...] O Espírito Santo é nossa eficiência na obra da formação do caráter segundo a semelhança divina. Quando nos julgamos capazes de moldar nossa vida, cometemos grande erro. Nunca poderemos obter por nós mesmos a vitória sobre a tentação. Mas os que possuem genuína fé em Cristo serão trabalhados pelo Espírito Santo. A pessoa em cujo coração habita a fé se desenvolverá em um belo templo para o Senhor. Ela é dirigida pela graça de Cristo. Ela crescerá na proporção em que confiar no ensino do Espírito Santo” (Para Conhecê-lo, p. 52).
"Deus requer que provemos nossa lealdade a Ele pela obediência, sem questionar. Ao decidir acerca de qualquer procedimento, não devemos perguntar meramente se daí podemos ver maus resultados, mas se é ou não contrário à vontade de Deus. Temos de aprender a desconfiar de nós mesmos, e a confiar inteiramente em Deus quanto a guia e apoio, quanto a conhecimento de Sua vontade e forças para cumpri-la. Temos de estar muito em comunhão com Deus. A oração secreta, enquanto as mãos se entregam ao labor; a oração enquanto andamos pelo caminho; oração à noite, fazendo sempre ascender a Deus os desejos do coração — eis nossa única segurança....Deste modo nosso Exemplo obtinha forças para palmilhar o espinhoso caminho de Nazaré ao Calvário" (Para Conhecê-lo, p. 248, 249).
No mundo cristão atual, há muitos que acreditam que por terem aceitado a Cristo como Salvador e viverem de forma adequada segundo os padrões humanos, Jesus compensa todas as diferenças entre eles, imputando-lhes Sua perfeita justiça para encobrir suas imperfeições de caráter; eles creem ser isso justificação pela fé. Todavia, o caráter justo de Jesus só pode se unir ao nosso por meio de uma comunicação contínua com Ele, ao amarmos o que Ele ama e desprezarmos o que Ele despreza. Seus pensamentos e sentimentos devem se tornar os nossos. Desse modo, através de uma relação de amor constante com Jesus por meio do Espírito Santo, Sua vida se associa à nossa vida. Isso só pode acontecer se mantivermos um relacionamento diário, hora a hora e minuto a minuto com Ele. Por nós mesmos, não podemos fazer nada em relação à verdadeira santidade de caráter, pois “santidade é harmonia com Deus” (Testemunhos para Igreja, vol. 5, p. 743), e
“[...] sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).
Somente conhecendo a Jesus, sabendo como Ele se sente e o que pensa sobre todas as coisas, podemos nós estar em harmonia com Ele, porque a natureza do nosso coração é depravada e incapaz de conhecer a vontade de Deus ou cumpri-la de maneira aceitável, mesmo que superficialmente a conheçamos.
“É unicamente pela união pessoal com Cristo, pela comunhão diária com Ele, comunhão de cada hora, que nos é possível dar os frutos do Espírito Santo. ... Nosso crescimento na graça, nossa alegria, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e do grau de fé que nEle exercemos" (Filhos e Filhas de Deus, p. 90).
Ser cristão não é a mesma coisa que ter uma carreira, como médico, enfermeiro, professor ou qualquer outra profissão; ser cristão significa que nós temos um relacionamento contínuo e pessoal com Jesus, em cuja vida a nossa está completamente imersa, e o Seu viver está em nós. É um relacionamento de amor que vai além de tudo o que conhecemos nesta terra; é nos tornamos um com Ele de forma tão íntima e completa que Ele habita todos os nossos pensamentos, sentimentos e comportamento. Como se expressa Paulo: “Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis (2 Coríntios 5:9).
“Olhai de contínuo a Jesus, se quereis avançar passo a passo no caminho estreito traçado para o alto a fim de que nele andassem os escolhidos do Senhor, dizendo em vosso coração: ‘A Ti buscarei, ó Deus; a Ti seguirei; a Ti servirei; sob Tua guia, posso e hei de ir avante’” (Para Conhecê-lo, p. 37).
Jesus disse:
"Permanecei em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim " (João 15:4).
“‘Permanecei em Mim’, são palavras de grande importância [...] Significa o recebimento constante do Espírito de Cristo, uma vida de entrega incondicional ao Seu serviço. Onde impera essa união, boas obras surgirão. A vida da videira se manifestará em frutos perfumados nos ramos. O constante suprimento da graça de Cristo nos abençoará e nos fará uma bênção, até que possamos dizer com Paulo: ‘Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim’ (Gálatas 2:20). [...] Aqueles que estão constantemente haurindo forças de Cristo, possuirão Seu Espírito” (Para Conhecê-lo, p. 128).
“Não há um impulso de nossa natureza, nem uma faculdade do espírito ou inclinação do coração, que não necessite achar-se a todo o instante sob a direção do Espírito de Deus [...]. Portanto, por maior que seja a luz espiritual de alguém, por mais que obtenha do favor e bênção de Deus, deve andar sempre humildemente perante o Senhor, rogando pela fé que Deus lhe dirija todo o pensamento e domine todo impulso” (Patriarcas e Profetas, p. 305).
Quando tivermos esse relacionamento permanente e constante com Jesus, poderemos dizer com Paulo:
“[...] onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Coríntios 3:17, 18).
O que acontece em nossa relação com Jesus quando reagimos à tentação com a natureza carnal em vez de o fazermos pelo Espírito Santo? Satanás conhece as nossas fraquezas e está constantemente à procura de oportunidades para nos provocar e gerar tensões que nos façam pecar. Por isso, se cedermos à tentação, ele causará escuridão e trará culpa sobre nós, tentando nos dizer que Deus está desapontado conosco e que desviou seu rosto de nós por causa dos nossos pecados. Seu propósito é nos separar de Jesus tanto quanto possível e nos levar a abandonar a esperança de sempre alcançarmos a perfeição de caráter que Deus nos assegura. Mas Jesus prometeu nunca nos deixar nem nos abandonar, e devemos entender que quando caímos em pecado ou pensamos em cometê-lo, imediatamente temos que nos voltar para Ele em busca de ajuda, encorajamento e força para resistirmos às tentações do maligno.
"Por meio dos defeitos do caráter, Satanás trabalha para obter o domínio da mente toda, e sabe que, se esses defeitos forem acariciados, será bem-sucedido. Portanto, está constantemente procurando enganar os seguidores de Cristo com seu fatal sofisma de que lhes é impossível vencer. Mas Jesus apresenta em seu favor Suas mãos feridas, Seu corpo moído; e declara a todos os que desejam segui-Lo: ‘A Minha graça te basta.’ 2 Coríntios 12:9. ‘Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Por que o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve’ (Mateus 11:29, 30). Ninguém, pois, considere incuráveis os seus defeitos. Deus dará fé e graça para vencê-los" (O Grande Conflito, p. 489).
Ao longo da história da humanidade, os verdadeiros seguidores de Deus anseiam se libertar dos danos causados pelo pecado na mente e no corpo. O mais profundo anseio do coração de todo cristão sincero ou seguidor de Deus de qualquer época é agradar a Deus e representá-Lo no íntimo da alma e do espírito e no comportamento exterior. Mas por toda a Bíblia, até mesmo as narrativas dos melhores escolhidos de Deus revelam uma história atribulada de triunfos e tragédias. Embora as histórias de José e Daniel não tragam registros de que eles tenham se afastado de um viver íntegro e da vontade de Deus para sua vida, eles se consideravam instrumentos humildes de Deus para seu tempo na história e almejavam o fim do reino do pecado e a herança dos justos na Canaã celestial.
Em todos os tempos, o povo de Deus tem esperado para ver o dia em que pecado e pecadores não mais existirão, e o reino eterno de Deus finalmente será estabelecido. Por toda a Bíblia esse desejo de saber o tempo de nosso labor é expresso com frequência, e todo o livro de Habacuque se baseia nas perguntas:
"Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? [...] Por que razão me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. [...] porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida” (Habacuque 1:2-4).
Então Deus responde:
"Vede entre os gentios e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando for contada” (Habacuque 1:5).
Daniel também colocou diante do Senhor essa importante questão a respeito das surpreendentes profecias que lhe estavam sendo reveladas:
“Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão. [...] Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias” (Daniel 12:8-13).
Nos anais da história profética, Deus sempre teve um tempo determinado para cumprir a Sua palavra e resgatar Seu povo. Quando Jesus visitou Abraão, acompanhado de dois anjos para anunciar que era chegado o momento da concepção e do nascimento de Isaque, a semente prometida, disse-lhe:
"Haveria alguma coisa impossível ao Senhor? Ao tempo determinado tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho" (Gênesis 18:14).
Quando Daniel recebeu a visão da profecia dos 2.300 dias sobre a purificação do Santuário, foi lhe dito que ela se referia ao tempo determinado do fim:
"Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. [...] mas ele me disse: Entende, filho do homem, porque esta visão acontecerá no fim do tempo. E, estando ele falando comigo, caí adormecido com o rosto em terra; ele, porém, me tocou, e me fez estar em pé. E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao tempo determinado do fim” (Daniel 8:13-19).
Observem mais uma vez as palavras do Senhor a Daniel, quando esse perguntou sobre o tempo das profecias vistas:
"E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Daniel 12:9, 10).
Percebam que um dos sinais do encerramento da história da Terra é um remanescente purificado, que através de um relacionamento íntimo com Jesus será “purificado, embranquecido e provado”. Esses são os únicos que saberão quando tiver chegado o fim dos tempos, graças à experiência de purificação pela qual passaram com Jesus. Quando os ímpios acordarem, será tarde demais para se prepararem, e Jesus ilustra esse acontecimento na parábola das virgens insensatas e prudentes. Imediatamente após apresentar uma longa descrição dos sinais do fim dos tempos e de Sua vinda, Jesus apresenta a parábola:
“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mateus 25:1-10).
É uma triste verdade saber que um caráter justo e purificado não é transferível de uma pessoa para outra. Todos devem garantir seu chamado e eleição através de um relacionamento pessoal com Jesus. Podemos encorajar outras pessoas, mas não podemos transferir santidade a elas, nem recebê-la de outros.
Contudo, Paulo nos diz:
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).
Consideremos por um momento o significado de santidade:
"Deus nos ordenou: ‘Sede santos, porque Eu sou santo.’ 1Pedro 1:16. E um inspirado apóstolo declara que, sem santidade, ‘ninguém verá o Senhor’. Hebreus 12:14. Santidade é harmonia com Deus. Pelo pecado, a imagem divina foi desfigurada no homem, e quase obliterada; é a obra do evangelho restaurar o que se havia perdido; e cumpre-nos cooperar com o agente divino nessa obra. E como podemos chegar à harmonia com Deus, como nos é possível receber-Lhe a imagem, a menos que obtenhamos conhecimento a Seu respeito? Foi esse conhecimento que Cristo veio ao mundo para nos revelar [...] Por meio dos méritos de Cristo, de Sua justiça, que pela fé nos são imputados, cumpre-nos atingir a perfeição do caráter cristão. Nossa obra diária e de cada momento é salientada nas palavras do apóstolo: ‘Olhando para Jesus, autor e consumador da fé.’ Hebreus 12:2. Enquanto assim fazemos, nossa mente se torna mais clara e nossa fé mais robusta, e nossa esperança é confirmada; ficamos tão absorvidos com a visão de Sua pureza e amabilidade e pelo sacrifício que Ele fez para nos pôr em harmonia com Deus, que não temos disposição para falar de dúvidas e desânimo" (Testemunhos para Igreja, vol. 5, p. 743, 744).
“É verdade que sobrevirão decepções; temos de esperar tribulações; mas cumpre-nos entregar tudo, pequeno ou grande que seja, a Deus. Ele não fica perplexo com a multidão de nossos pesares, nem sobrecarregado pelo peso de nossas preocupações. Seu vigilante cuidado estende-se a cada família, circunda cada pessoa; Ele Se interessa em todos os nossos negócios e dores. Observa cada lágrima; é tocado pelo sentimento de nossas enfermidades. Todas as aflições e provas que nos sobrevêm aqui são permitidas a fim de operarem Seus desígnios de amor a nosso respeito, ‘para sermos participantes da Sua santidade’ (Hebreus 12:10) e assim nos tornarmos participantes daquela plenitude de alegria que se encontra em Sua presença" (Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 742).
Habacuque foi outro profeta antigo que questionou a tolerância de Deus com os ímpios e a traição deles contra os justos:
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? [...] Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for arguido. Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.
Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará” (Habacuque 1:13; 2:1-3).
Observem nos textos que o tempo designado é, com frequência, chamado de o tempo designado do fim, e tanto pode ser o fim de uma longa espera pelo cumprimento de uma profecia, como no caso de Abraão e Sara, como pode ser o fim de um período de tempo profético, de um período de castigo, julgamento de uma nação ou de determinado grupo de pessoas. Até pode ser um tempo de angústia na vida individual, quando almejamos libertação e restauração para nossa cura e paz. Não importa a situação, podemos ter certeza de que Deus tem um propósito para tudo o que passamos e deseja nos libertar no tempo designado por Ele.
"Nas horas mais escuras, sob as mais proibitivas circunstâncias, o crente cristão pode suster sua alma sobre a fonte de toda luz e poder. Dia a dia, pela fé em Deus, sua esperança e ânimo podem ser renovados, ‘o justo pela sua fé viverá’. Hebreus 2:4. No serviço de Deus não precisa haver desalento, nem vacilação ou temor. O Senhor fará mais que cumprir as mais altas expectativas dos que nEle põem a sua confiança. Ele lhes dará a sabedoria que suas múltiplas necessidades demandam [...] Devemos acariciar e cultivar a fé da qual testificaram profetas e apóstolos — a fé que se apodera das promessas de Deus, e espera pelo livramento na ocasião e maneira apontados. A firme palavra da profecia encontrará seu final cumprimento no glorioso advento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. O tempo de espera pode parecer longo, a alma pode ser oprimida por desanimadoras circunstâncias, muitos daqueles em quem confiamos podem cair ao longo do caminho; mas como o profeta que procurou encorajar Judá em tempo de apostasia sem precedente, confiadamente declaramos: ‘O Senhor está no Seu santo templo; cale-se diante dEle toda a Terra’. Hebreus 2:20. Tenhamos sempre em mente a confortante mensagem: ‘A visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá. Se tardar espera-o; porque certamente virá, não tardará. [...] O justo pela sua fé viverá”. Hebreus 2:3, 4” (Profetas e Reis, p. 198).
Por séculos, o povo de Deus aguarda com expectativa a segunda vinda de Cristo. Especialmente desde 1844, quando Jesus revelou a seus verdadeiros seguidores que Ele estava deixando Seu ministério no primeiro compartimento do Santuário celestial para sua obra final de julgamento no segundo compartimento, a proximidade da volta de Jesus vem sendo proclamada. Mas já se passaram 176 anos desde que nossos antepassados receberam esta mensagem abençoada, e muitos estão ficando desanimados e incrédulos quanto às verdades antes tidas como estimadas, buscando outras denominações para crenças e ensinamentos mais apelativos e atraentes. Não é raro se ouvir de púlpitos e em publicações recentes que a vitória completa sobre o pecado não será possível até que Jesus volte e remova nossa natureza carnal. O evangelismo que revela o verdadeiro caráter do papado está sendo desencorajado em diversas partes do mundo. “Só Jesus” é o slogan que tem sido estimulado por alguns grupos como alternativa para nossas doutrinas originais. Agora é o tempo de revisitarmos ensinamentos importantes da nossa história passada para aplicá-los por meio do Espírito Santo à nossa mensagem contemporânea, pois o tempo de Sua vinda agora se aproxima.
Ao considerarmos o tempo em que vivemos agora, é importante percebermos que as profecias do passado contidas na Bíblia e no Espírito de Profecia foram escritas mais para o nosso tempo que para a época em que foram reveladas.
"Cada um dos antigos profetas falou menos para seu próprio tempo do que para o nosso, de modo que suas profecias são de utilidade para nós [...] A Bíblia acumulou e juntou os seus tesouros para esta última geração. Todos os grandes acontecimentos e solenes realizações da história do Antigo Testamento estão se repetindo na Igreja nestes últimos dias" (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 338, 339).
Visto que os sinais dos tempos e o Espírito de Deus em nós nos asseguram que estamos na geração final, tudo o que lemos é verdade presente para nós agora. Por isso, em vez de ficarmos desanimados, deprimidos e incrédulos, deveríamos estudar todas as profecias e aplicá-las ao nosso tempo e à nossa experiência presente. Infelizmente, estudos recentes indicam que apenas cerca de 17% dos Adventistas do Sétimo Dia estão lendo o Espírito de Profecia, o que por si só já é sinal de que a volta de Jesus está próxima.
"Uma coisa é certa: Os Adventistas do Sétimo Dia que se colocam sob o estandarte de Satanás abandonarão primeiro sua fé nas advertências e repreensões contidas nos Testemunhos do Espírito de Deus" (Mensagens Escolhidas, Vol. 3, p. 84).
"O último engano de Satanás será tornar sem efeito o testemunho do Espírito de Deus. ‘Não havendo profecia, o povo se corrompe’ (no inglês, ‘o povo perece’). Provérbios 29:18" (Mensagens Escolhidas, Vol. 1, p. 48).
É tempo de retomarmos os padrões antigos e estudarmos os conselhos e as advertências que nos foram dados, pois chegou a hora de Deus chamar esta geração atual para responder pelos conhecimentos que têm sido dados.
"Estamos no limiar de grandes e solenes acontecimentos. Muitas das profecias estão prestes a se cumprir em rápida sucessão. Cada elemento de energia está prestes a ser posto em ação. Repetir-se-á a história passada. Antigas controvérsias serão revivescidas, e perigos rodearão de todos os lados o povo de Deus. A tensão está se apoderando da família humana. Está permeando tudo na Terra. ... Estudai o Apocalipse em ligação com Daniel; pois a história se repetirá" (Testemunhos para Ministros, p. 116).
"[...] vê-se que todos esses relatos do passado têm nova significação; e por meio deles projeta-se uma luz no futuro, iluminando a senda daqueles que, semelhantes aos reformadores dos séculos passados, serão chamados, mesmo com perigo de todos os bens terrestres, para testificar ‘da Palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo’" (O Grande Conflito, p. 14).
"No grande conflito final, como em todas as eras anteriores, Satanás empregará os mesmos expedientes, manifestará o mesmo espírito, e trabalhará para o mesmo fim. Aquilo que foi, será, com a exceção de que a luta vindoura se assinalará por uma intensidade terrível, tal como o mundo jamais testemunhou" (O Grande Conflito, p. 13).
Quando seguirmos os conselhos dados a nós de todo o coração, veremos um poderoso reavivamento, e a igreja triunfante avançará sob a chuva serôdia para o clímax da história e nossa consumação como a Noiva de Cristo.
"Os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e por nosso trabalho devemos advertir o povo do perigo em que está. Não deixeis que as cenas solenes que a profecia tem revelado sejam deixadas por tocar. Se nosso povo estivesse meio desperto, se reconhecesse a proximidade dos acontecimentos descritos no Apocalipse, operar-se-ia uma reforma em nossas igrejas, e muitos mais creriam na mensagem" (Evangelismo, p. 195).
Quando Deus revelou a nossos antepassados as verdades contidas no livro de Apocalipse, abriu-se o caminho do conhecimento que prepararia um povo que estaria em condições de ser trasladado sem conhecer a morte. Até aquele momento, os maravilhosos e proféticos livros de Daniel e Apocalipse permaneceram envoltos em mistério. Todavia, a partir de 1844, o destino das gerações vindouras tem se baseado no recebimento e propagação das verdades contidas nesses livros, porque Deus não pode “acabar com a transgressão [...] dar fim ao pecado” [Daniel 9:24], até que tenha um povo que possa cooperar completa e integralmente com Ele na purificação do próprio pecado.
"Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no Santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do Santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra é mais claramente apresentada nas mensagens do Capítulo 14 de Apocalipse [...] Quando ela se houver realizado, os seguidores de Cristo estarão prontos para o Seu aparecimento" (O Grande Conflito, p. 425).
Quatro gerações já se passaram desde que nossos antepassados descobriram as maravilhosas verdades apresentadas em Apocalipse 14. Seria bom que estudássemos essas verdades até que elas ardessem em nosso coração como aconteceu quando foram vividas e pregadas pelos primeiros crentes do advento.
Apocalipse 14 começa com uma descrição dos 144 mil que estão com Jesus no Monte Sião, como uma representação de todos os salvos da Terra. Sobre eles é dito que têm um caráter irrepreensível e por isso se encaixam como representantes da obra finalizada de Jesus no Lugar Santíssimo. Eles têm o nome de Jesus, representando o Seu caráter, e o nome de Seu Pai escrito em sua fronte:
“Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus" (Apocalipse 14:4, 5).
Em linguagem comum, os 144 mil representam a obra finalizada de Jesus no Lugar Santíssimo do Santuário celestial para purificar por completo Seu povo do pecado, colocando-os em harmonia com Ele em todas as áreas da vida. São chamados como os primeiros frutos, porque são a primeira geração que recebeu toda luz necessária para cooperar plenamente com Jesus, não havendo nada em sua mente, coração, emoções ou comportamento que não esteja em completa harmonia com Jesus. É por isso que são chamados os primeiros frutos da terra, porque todas as outras gerações de salvos deitaram-se para dormir no tempo de sua morte, exatamente quando estavam em seu desenvolvimento do caráter, cobertos com a justiça perfeita de Cristo em toda área não conhecida ou compreendida quanto à perfeita justiça de Deus. Infelizmente, muitos cristãos hoje, até mesmo em nossa igreja, estão esperando Jesus cobri-los com Sua justiça, mesmo vivendo em pecado conhecido. Esses ficarão terrivelmente decepcionados no dia do julgamento final.
"A justiça de Cristo não encobrirá pecado algum acariciado [...] integridade. A lei de Deus, porém, lê os segredos do coração. Todo ato é julgado pelos motivos que o sugeriram. Somente quem estiver de acordo com os princípios da lei de Deus, permanecerá em pé no Juízo. Deus é amor [...] Mas o amor de Deus não O leva a desculpar o pecado. Não o desculpou em Satanás; não o escusou em Adão ou em Caim; nem o desculpará em qualquer outro homem. Não tolerará nossos pecados, e não passará por sobre nossos defeitos de caráter. Espera que vençamos em Seu nome [...] Na parábola, ao perguntar o rei: “Como entraste aqui, não tendo veste nupcial?” (Mateus 22:12) o homem emudeceu. Assim será no grande dia de Juízo. Os homens agora podem justificar seus defeitos de caráter, mas naquele dia não apresentarão desculpas" (Parábolas de Jesus, p. 169, 170).
“Não podemos estimar demasiado o valor de uma fé simples e de uma obediência incondicional. É seguindo o caminho da obediência em singeleza de fé que o caráter adquire perfeição” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 4, p. 1252).
Depois de apresentar os resultados da obra de conclusão de Jesus no Santuário celestial, João retrata o processo pelo qual este grupo é formado nas etapas finais do grande conflito. Esse processo é revelado como a obra dos três anjos em sequência, os quais avançam com mensagens destinadas a recolher a ceifa da terra. Durante a mensagem do primeiro anjo, o povo de Deus é purificado e preparado para ir adiante e pregar as mensagens do segundo e terceiro anjos que advertem o mundo da destruição e do julgamento vindouros sobre os que recusam as advertências dadas por Deus através do Seu povo.
"Os três anjos de Apocalipse 14 são representados como voando pelo meio do Céu, o que simboliza a obra dos que estão proclamando a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 17).
"Devemos sentir agora a nossa responsabilidade de trabalhar com intenso fervor, a fim de comunicar a outros as verdades que Deus nos tem revelado para o tempo atual [...] Agora é o tempo de proclamar a última advertência [...] Todos estão decidindo agora o seu perpétuo destino. As pessoas precisam ser despertadas a fim de reconhecerem a solenidade do momento e a proximidade do dia em que terá terminado a graça. Esforços decisivos têm de ser feitos, a fim de apresentar esta mensagem ao povo de modo preeminente" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 16).
À luz dessas declarações, acredito que precisamos olhar mais de perto as três mensagens angélicas, considerando que elas dizem respeito ao nosso período específico da história, pois é hora de serem repetidas para a última geração. Jesus deu à Sua geração a advertência de que ela seria responsável por todo o sangue derramado desde o princípio do mundo até então. Assim será para a última geração que viverá sobre a terra e que participará dos eventos finais que ocorrerão no final dos tempos.
"Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, e vossos pais os mataram. Bem testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros. Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado; desde o sangue de Abel, até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração" (Lucas 11:47-51).
Deus avalia cada geração pela forma como responde aos mensageiros que Ele envia para levar a verdade de sua época. Eles são assim julgados com base em sua resposta a essas mensagens.
"Para Sua igreja, em cada geração, Deus tem uma verdade peculiar e um serviço especial (Parábolas de Jesus, p. 34).
"Em cada época há novo desenvolvimento da verdade, uma mensagem de Deus para essa geração" (Parábolas de Jesus, p. 62).
"Deus sempre tem dado aos homens advertência dos juízos por vir. Aqueles que tiveram fé na mensagem por Ele enviada para seu tempo, e agiram segundo sua fé, em obediência aos Seus mandamentos, escaparam aos juízos que caíram sobre os desobedientes e incrédulos [...] Os que aguardam o Senhor, purificam a alma pela obediência da verdade. Com a vigilante espera, combinam ativo serviço. Como sabem que o Senhor está às portas, seu zelo é avivado para cooperar com as forças divinas para salvação de almas [...] Estão declarando a verdade especialmente aplicável a este tempo. Como Enoque, Noé, Abraão e Moisés, cada um declarou a verdade para seu tempo, assim hão de os servos de Cristo agora dar a especial advertência para sua geração" (O Desejado de Todas as Nações, p. 448, 449).
Nos dias de Ellen White e dos pioneiros da mensagem do Advento, as três mensagens angélicas eram proclamadas na medida em que se aplicavam à sua experiência e época. Era sua responsabilidade e mensagem anunciar a abertura do segundo compartimento do Santuário celestial e a movimentação de Jesus para seguir com as funções que ali Ele realizaria em favor de Seu povo. Mas quatro gerações se passaram desde aquele tempo, e agora há novas funções e mais luz para a nossa geração compreender, experimentar e proclamar. A obra de Jesus não cessou desde 1844, e nossa vida depende de seguirmos Jesus em Sua obra lá e cooperarmos com Ele para recebermos os benefícios de Sua mediação.
"Nestes últimos dias é nosso dever determinar o pleno significado das mensagens do primeiro, do segundo e do terceiro anjo" (Eventos Finais, p. 68).
"A proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas foi demarcada pela Palavra da Inspiração [...] É tão essencial agora, como sempre o foi, que sejam repetidas àqueles que estão em busca da verdade. Mediante a pena e a voz devemos fazer soar a proclamação, mostrando sua ordem e a aplicação das profecias que nos levam à terceira mensagem angélica. Não pode haver uma terceira sem a primeira e a segunda. Essas mensagens devemos dar ao mundo em publicações, e em sermões, mostrando em termos de história profética as coisas que aconteceram e as que hão de acontecer" (O Outro Poder, p. 19).
"Muitos que abraçaram a terceira mensagem não tinham tido experiência nas duas mensagens anteriores. Satanás compreendeu isto, e seu olho mau estava sobre eles para os transtornar; porém o terceiro anjo lhes estava apontando o Lugar Santíssimo, e aqueles que tinham tido experiência nas mensagens passadas estavam a apontar-lhes o caminho para o Santuário celestial. Muitos viram a perfeita cadeia de verdades nas mensagens do anjo, e alegremente as receberam em sua ordem, e pela fé seguiram a Jesus no Santuário celestial. Estas mensagens foram-me representadas como uma âncora para o povo de Deus. Aqueles que as compreendem e recebem serão preservados de ser varridos pelos muitos enganos de Satanás" (Primeiros Escritos, p. 256).
Quando nossos antepassados descobriram, receberam e pregaram as três mensagens angélicas, a mensagem do primeiro anjo anunciava a entrada de Jesus no Lugar Santíssimo para começar o julgamento; a mensagem do segundo anjo anunciava a queda das igrejas protestantes que rejeitaram sua mensagem e; o terceiro anjo anunciava a compreensão do quarto mandamento aplicando-se ao sábado do sétimo dia, em vez do domingo. A descoberta do papel do papado na mudança do sábado para o domingo também foi uma parte importante das mensagens do segundo e terceiro anjo.
"A mensagem do terceiro anjo exige a apresentação do sábado do quarto mandamento, e esta verdade deve ser apresentada ao mundo" (Evangelismo, p.184).
"A mensagem do segundo anjo de Apocalipse, Capítulo 14, foi primeiramente pregada no verão de 1844, e teve naquele tempo uma aplicação mais direta às igrejas dos Estados Unidos [...] A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram então uma queda moral [...] mas essa queda não foi completa [...] não se pode ainda dizer que ‘caiu Babilônia, ... que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.’ Ainda não deu de beber a todas as nações [...] Mas a obra da apostasia não atingiu ainda a culminância.
“A Escritura Sagrada declara que Satanás, antes da vinda do Senhor, operará ‘com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça’ [...] A queda de Babilônia se completará quando esta condição for atingida, e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. A mudança é gradual, e o cumprimento perfeito de Apocalipse 14:8 está ainda no futuro [...] O Capítulo 18 do Apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem do Capítulo 14:6-12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, será chamado a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a última que será dada ao mundo, e cumprirá a sua obra [...] a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham abertos para recebê-la, e os filhos do Senhor que permanecem em Babilônia atenderão ao chamado: ‘Sai dela, povo Meu.’ Apocalipse 18:4" (O Grande Conflito, p. 389, 390).
Assim fica claro que a geração final do povo de Deus pregará a mensagem que contém toda a verdade que foi pregada pelos nossos antepassados, com mais luz aplicável especificamente àqueles que viverão para ver a volta de Jesus. Com isso em mente, vamos ler a mensagem do primeiro anjo descrita em Apocalipse 14:
“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:6, 7).
A mensagem do primeiro anjo encontra seu cenário na pregação do evangelho ao mundo todo. A palavra “evangelho” em grego é evangelizo, que significa “pregar (levar) as boas novas (evangelho), muitas vezes com foco no conteúdo da mensagem trazida. No Novo Testamento ela sempre se refere à morte, sepultamento, ressurreição e testemunho sobre Jesus Cristo, incluindo as implicações do relacionamento da humanidade com Deus” (Concordância Bíblica).
A primeira referência no Novo Testamento da palavra “evangelho” encontra-se em Mateus 24:14:
"E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim".
A última referência da palavra “evangelho” encontra-se em Apocalipse 14:6, para anunciar o significado, a importância e a extensão das três mensagens angélicas. A maravilhosa nova do evangelho é que tudo o que Satanás fez para destruir o reino de Deus será finalmente apagado pelo plano da salvação que foi oferecido pela vida, morte, ressurreição e intercessão de Jesus Cristo no Santuário celestial até o encerramento do tempo da graça para todos os habitantes da Terra.
Quando esteve na Terra, Jesus apresentou a mensagem do princípio do evangelho e profetizou sobre o seu fim. As três mensagens angélicas surgem no final dos tempos e contemplam verdades fundamentais que devem ser compreendidas, vivenciadas e pregadas pelo povo de Deus dos últimos dias como um testemunho a todo o mundo. Observem com atenção que, enquanto a mensagem do primeiro anjo assenta-se solidamente no evangelho eterno e perene, há uma mensagem específica que deve ser pregada antes que a obra do evangelho termine. Essa mensagem é:
“Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegada a hora de seu juízo” (Apocalipse 14:7).
A mensagem de purificação do remanescente final do povo de Deus no fim dos tempos foi sempre um tema recorrente em toda a Escritura. Eis alguns exemplos:
“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça. E a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos. E chegar-me-ei a vós para juízo...” (Malaquias 3:1-5).
"Naquele dia [...] tirarei do meio de ti os que exultam na tua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte santo. Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor. O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa" (Sofonias 3:11-13).
"Mas no Senhor será justificada, e se gloriará toda a descendência de Israel” (Isaías 45:25).
"Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a maldade de Israel, e não será achada; e os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei os remanescentes que eu deixar" (Jeremias 50:20).
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2Coríntios 7:1).
"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).
"Santidade é harmonia com Deus" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 743).
Paulo declara que grandes homens e mulheres de outrora agora descansam no túmulo esperando a última geração que dará fim ao curso da história da humanidade:
"E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados” (Hebreus 11:39, 40).
O Espírito de Profecia está repleto da verdade sobre a obra do julgamento de cada indivíduo e a necessidade de plena purificação dos pecados através do poder e da obra do Espírito Santo em nossa vida, ao cooperarmos com Jesus na obra de purificação que Ele realiza no Lugar Santíssimo, antes do fechamento da porta da graça:
"Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Divindade, a qual viria, não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja [...] A própria imagem de Deus tem de ser reproduzida na humanidade. A honra de Deus, a honra de Cristo, acha-se envolvida no aperfeiçoamento do caráter de Seu povo" (O Desejado de Todas as Nações, p. 475).
"Quando Ele vier, não nos purificará de nossos pecados, para remover de nós os defeitos de caráter, nem para curar-nos das fraquezas de nosso temperamento e disposição. Se acaso esta obra houver de ser efetuada em nós, sê-lo-á totalmente antes daquela ocasião. Quando o Senhor vier, os que são santos serão santos ainda. Os que houverem conservado o corpo e o espírito em santidade, em santificação e honra, receberão então o toque final da imortalidade. Mas os que são injustos, não santificados e sujos, assim permanecerão para sempre. Nenhuma obra se fará então por eles para lhes remover os defeitos e dar-lhes um caráter santo. Naquela ocasião, o Refinador não Se ocupará com o processo de purificação, para remover-lhes os pecados e a corrupção. Tudo isso deve ser realizado durante o tempo da graça. É agora que essa obra deve ocorrer em nós" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 2, p. 355).
“Não haverá modificação de caráter quando Cristo vier. A edificação do caráter deve prosseguir durante o tempo da graça” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 989).
"O caráter não pode ser mudado quando Cristo vier [...] A edificação do caráter deve realizar-se nesta vida" (Testemunhos para Ministros, p. 430).
"[...] devem ser crucificadas tanto as herdadas como as cultivadas tendências para o mal" (Mensagens aos Jovens, p. 68).
“A obra da restauração jamais poderá ser completa, a menos que sejam alcançadas as raízes do mal. Repetidas vezes foram aparados os brotos ao passo que a raiz da amargura foi deixada a rebrotar e contaminar a muitos. Porém, ela tem de ser atingida em toda a profundidade do mal oculto. As percepções morais têm de ser julgadas e rejulgadas à luz da presença divina. A vida diária testificará se a obra é genuína ou não” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 5, p. 1288).
“[...] Se a pessoa tentada suporta a prova, e o próprio eu não se desperta para a vida, sentindo-se ferido e insultado durante o teste, o exame revela que a pessoa está de fato morta para o eu, mas viva para Deus” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 5, p. 1289).
"Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto" (Salmos 90:8).
"Cada seguidor de Cristo deve examinar diariamente a si mesmo para que se torne perfeitamente familiarizado com a própria conduta. Quase todos negligenciam o exame de si mesmos [...] Na conduta de um pastor há muita margem para melhora. Muitos veem e sentem suas deficiências, contudo parecem ignorar a influência que exercem. Estão conscientes de suas ações ao praticá-las, mas permitem que saiam de sua memória, e, portanto, não se reformam. Se os pastores tornassem os atos de cada dia um assunto de cuidadosa reflexão e deliberada recapitulação, com o objetivo de familiarizar-se com os próprios hábitos de vida, conheceriam melhor a si mesmos. Mediante um exame íntimo de sua vida diária sob todas as circunstâncias, eles conheceriam seus motivos, os princípios que os regem. Essa diária recapitulação de nossos atos, para ver se a consciência aprova ou condena, é necessária para todos os que anelam chegar à perfeição do caráter cristão" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 2, p. 511, 512).
"Cada ato de nossa vida [...] é julgado pelo Perscrutador dos corações segundo os motivos que o determinaram" (Obreiros Evangélicos, p. 275).
“É seguindo o caminho da obediência em singeleza de fé que o caráter adquire perfeição” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4, p. 1252)
"Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. [...] Ora, eu rogo a Deus que não façais mal algum [...] e o que desejamos é a vossa perfeição. [...] sede perfeitos, [...] e o Deus de amor e de paz será convosco" (2 Coríntios 13:5-11).
"Os seres celestiais cooperarão com o agente humano que procura com fé decidida a perfeição de caráter que se manifeste na ação perfeita. A todo que se empenha nesta obra, Cristo diz: Estou à tua destra, para te auxiliar" (Parábolas de Jesus, p. 176).
O que todas essas citações da Bíblia e do Espírito de Profecia têm a ver com a mensagem do primeiro anjo? Acredito que o primeiro anjo está chamando os habitantes do mundo para uma experiência de julgamento com Jesus, que os purificará de todo o pecado e da rebelião que habita o coração humano, capacitando-os para pregarem as mensagens do segundo e terceiro anjo que encerram a obra do evangelho e preparam um povo para ficar em pé durante o tempo de angústia sem um mediador no Santuário celestial.
Quando a mensagem do primeiro anjo foi pregada na década de 1840, o propósito era chamar o mundo para reconhecer que Jesus estava passando do Primeiro para o Segundo compartimento do Santuário ou para Sua obra final no Santuário celestial. Mas na última geração que viverá para ver Jesus voltar, a obra de Jesus será purificar e apagar todos os pecados de Seu povo para que não seja mais necessário um mediador entre Deus e o ser humano. Contudo, para maior clareza, vamos fazer uma rápida revisão sobre a justiça aceitável em cada fase do Santuário a fim de ser considerada perfeita ou irrepreensível.
Antes da vinda de Jesus, enquanto o Santuário terrestre ainda estava em funcionamento, o padrão de justiça achava-se nos primeiros cinco livros da Bíblia. Por isso, registra-se sobre os pais de João Batista que eles “eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor” (Lucas 1:6, NVI).
Quando Jesus esteve na Terra, Ele cumpriu todos os rituais do Santuário como o cordeiro morto desde a fundação do mundo, para prover expiação pelos pecados de cada ser humano e o caminho de volta para a santidade de caráter através dEle.
Depois de Sua ascensão ao Céu, Ele iniciou o processo de aplicação de Seu sangue a todo pecador arrependido, de modo que Sua justiça perfeita cobrisse os pecados de Seu povo que falhou em alcançar a perfeição no processo de santificação.
Mas chegou o tempo em 1844, quando Jesus passou para a obra final de redenção, que se cumpriria no segundo compartimento, ou Lugar Santíssimo do Santuário celestial. Seria uma obra de julgamento referente a todos aqueles que já haviam professado aceitar as provisões de Deus para a salvação. Naquele tempo, os livros de registro foram abertos, e teve início o processo que decidiria o destino eterno de todas as pessoas.
Daniel fala dessa obra de julgamento em Daniel 7: 9,10:
“Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou [...] milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.”
Ellen White descreve com mais detalhes esse processo de julgamento:
"Ao abrirem-se os livros de registro no juízo, é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus. Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes. Quando alguém tem pecados que permaneçam nos livros de registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida, e o relato de suas boas ações apagado do livro memorial de Deus. O Senhor declarou a Moisés: ‘Aquele que pecar contra Mim, a este riscarei Eu do Meu livro.’ Êxodo 32:33. E diz o profeta Ezequiel: ‘Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, ... de todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória’ (Ezequiel 18:24).
“Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o perdão acrescentado ao seu nome, nos livros do Céu; tornando-se eles participantes da justiça de Cristo, e verificando-se estar o seu caráter em harmonia com a lei de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna" (O Grande Conflito, p. 483).
Mas a obra de Jesus no Lugar Santíssimo é dinâmica. Enquanto Ele passa pelos casos dos mortos e chega aos dos vivos, Seus seguidores na Terra devem ter numa ligação tão íntima com Ele, que saberão quando Jesus chegar aos seus nomes nos registros celestiais, e assim possam cooperar com Ele na purificação e no apagamento de seus pecados, um processo preparatório para o recebimento da chuva serôdia.
Ellen White dá mais detalhes sobre o assunto:
"Os que, pela fé seguem a Jesus na grande obra da expiação, recebem os benefícios de Sua mediação em seu favor; enquanto os que rejeitam a luz apresentada neste ministério não são por ela beneficiados" (Primeiros Escritos, p. xxix).
"Jesus disse aos anjos que todos os que O achassem compreenderiam a obra que Ele deveria realizar" (Primeiros Escritos, p. 251).
"Deve haver uma purificação da alma aqui na Terra, em harmonia com a purificação do Santuário no Céu, efetuada por Cristo" (Maranata, p. 252).
"Os que desejam participar dos benefícios da mediação do Salvador, não devem permitir que coisa alguma interfira com seu dever de aperfeiçoar a santidade no temor de Deus [...] O assunto do Santuário e do juízo de investigação deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posição e obra de seu grande Sumo Sacerdote. Aliás, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar" (O Grande Conflito, p. 488).
"Vivemos hoje no grande dia da expiação. No cerimonial típico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor, para que não acontecesse serem extirpados dentre o povo. De igual modo, todos quantos desejem seja seu nome conservado no livro da vida, devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. Deve haver um exame de coração, profundo e fiel [...] Cada um deve ser provado, e achado sem mancha ou ruga, ou coisa semelhante [...] O juízo ora se realiza no Santuário celestial. Há muitos anos esta obra está em andamento. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos. Na augusta presença de Deus nossa vida deve passar por exame. Atualmente, mais do que em qualquer outro tempo, importa a toda alma atender à admoestação do Salvador: ‘Vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.’ Marcos 13:33. ‘Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.’ Apocalipse 3:3 [...] ‘Vigiai, pois, ... para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.’ Marcos 13:35, 36” (O Grande Conflito, p. 490, 491).
Muitos acham que essas palavras indicam que nunca saberemos quando nossos nomes aparecerão no julgamento dos vivos. Mas as conclusões são óbvias e dizem que aqueles que não sabem são aqueles que não estão vigiando.
A Bíblia diz que:
“[...] o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo” (Eclesiastes 8:5).
Em resposta às suas perguntas sobre o tempo do fim, foi dito a Daniel:
“Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Daniel 12:10).
Ao olhar para esse mesmo período de tempo histórico, Jesus contou a parábola das virgens prudentes e loucas:
“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mateus 25:13).
Eu acredito que as virgens prudentes saberão quando seus nomes aparecerem no julgamento dos vivos, porque elas se mantiveram vigilantes quanto aos sinais da vinda de Jesus, conforme Ele nos ordenou, e tiveram um relacionamento pessoal com Jesus através do Espírito Santo e das Escrituras. No exemplo dos israelitas no Dia da Expiação, todos eram obrigados a cooperar com o sumo sacerdote, examinando o coração durante todo o dia. Aqueles que não o faziam eram excluídos do povo de Deus. Além disso, as trombetas soavam por dez dias antes do Dia da Expiação, durante os quais o povo examinava seu coração em preparação.
Por experiência pessoal, estou convicta de que estamos agora no tempo do julgamento dos vivos, e cada alma deve manter seus olhos em Jesus e ter um relacionamento pessoal com Ele para que atravessemos vitoriosos esse período. Jesus purifica Seu povo ao permitir que sobrevenham provações em nossa vida para nos alertar de nossas fraquezas. Como reagimos a essas provações determinará se fomos purificados através de um relacionamento pessoal com Jesus, ou se falharemos em superar nossos pecados e fraquezas, permitindo que continuem a fazer parte de nosso caráter.
"Assim como o fogo purifica o ouro, assim Cristo purifica Seu povo pela tentação e prova”. — Manuscrito 115, 1902” (Este Dia com Deus, p. 271).
“O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam” (Provérbios 4:19).
“Ninguém será condenado por não fazer caso da luz e do conhecimento que nunca teve e não pôde obter. Muitos, porém, recusam obedecer à verdade que lhes é apresentada pelos embaixadores de Cristo, porque desejam acomodar-se ao padrão do mundo, e a verdade que alcançou seu entendimento, a luz que resplandeceu na alma, condená-los-á no juízo” (Comentário Bíblico Adventista, Vol.5, p. 1280).
No livro Primeiros Escritos há um capítulo chamado “A sacudidura” que acredito ser uma descrição do povo de Deus no momento em que sua vida for posta diante dEle no julgamento:
"Vi alguns, com forte fé e clamores agonizantes, a lutar com Deus. Seu rosto estava pálido, e apresentava sinais de profunda ansiedade, que exprimia a sua luta íntima. Firmeza e grande fervor estampavam-se-lhes no rosto [...] Anjos maus se juntavam em redor, projetando trevas sobre eles para excluir Jesus de sua vista e para que seus olhos se volvessem para as trevas que os cercavam, e assim fossem levados a duvidar de Deus e murmurar contra Ele. Sua única segurança consistia em conservar os olhos voltados para cima [...] Vi anjos de Deus apressarem-se para assistir a todos os que lutavam com suas forças todas a fim de resistir aos anjos maus, e procuravam auxílio, clamando a Deus com insistência. Os anjos de Deus, porém, abandonavam os que não faziam esforços para conseguir auxílio, e eu os perdia de vista.
"Perguntei a significação da sacudidura que eu vira, e foi-me mostrado que era determinada pelo testemunho direto contido no conselho da Testemunha verdadeira a igreja de Laodiceia [...] Alguns não suportarão esse testemunho direto. Levantar-se-ão contra ele, e isto é o que determinará a sacudidura entre o povo de Deus [...] Tal testemunho deve operar profundo arrependimento; todos os que o recebem de verdade, obedecer-lhe-ão e serão purificados [...] Disse o anjo: ‘Olha!’ Minha atenção foi então dirigida ao grupo que eu vira e estava sendo fortemente sacudido [...] A multidão de anjos da guarda em seu redor fora duplicada, e estavam revestidos de uma armadura da cabeça aos pés [...] Seu rosto expressava o tremendo conflito que haviam travado, a luta angustiosa por que haviam passado. Contudo, seu rosto, antes assinalado pela severa angústia íntima, resplandecia agora com a luz e glória do Céu. Haviam alcançado a vitória, e esta suscitava neles a mais profunda gratidão, e santa e piedosa alegria [...] Perguntei o que havia operado esta grande mudança. Um anjo respondeu: ‘Foi a chuva serôdia, o refrigério pela presença do Senhor, o alto clamor do terceiro anjo.’" (Primeiros Escritos, p. 269-271).
Muitos hoje estão esperando que a chuva serôdia os purifique de seus defeitos e os prepare para atravessar o tempo de angústia. Mas cometem um erro fatal, porque a chuva serôdia é o toque final sobre o caráter daqueles que foram purificados, ao participarem com Jesus em Sua obra por nós no Santuário celestial.
"Por meio dos defeitos do caráter, Satanás trabalha para obter o domínio da mente toda, e sabe que, se esses defeitos forem acariciados, será bem-sucedido. Portanto, está constantemente procurando enganar os seguidores de Cristo com seu fatal sofisma de que lhes é impossível vencer. Mas Jesus apresenta em seu favor Suas mãos feridas, Seu corpo moído; e declara a todos os que desejam segui-Lo: ‘A Minha graça te basta.’ [...] Ninguém, pois, considere incuráveis os seus defeitos. Deus dará fé e graça para vencê-los” (O Grande Conflito, p. 489.
Como pudemos observar das citações acima, aqueles que esperarem até o tempo da chuva serôdia terão esperado demais e acordarão de sua letargia espiritual e se acharão entre as virgens insensatas. É por isso que é extremamente necessário que as três mensagens angélicas sejam repetidas para a geração final. Para estarmos prontos para pregar a mensagem do terceiro anjo, devemos ter vivenciado as mensagens encontradas nos dois primeiros anjos.
"Para Sua igreja, em cada geração, Deus tem uma verdade peculiar e um serviço especial" (Parábolas de Jesus, p. 34).
"Em cada época há novo desenvolvimento da verdade, uma mensagem de Deus para essa geração" (Parábolas de Jesus, p. 62).
"A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram então uma queda moral [...] mas essa queda não foi completa. Continuando a rejeitar as verdades especiais para este tempo, têm elas caído mais e mais [...] Deus ainda tem um povo em Babilônia; e, antes de sobrevirem Seus juízos, esses fiéis devem ser chamados a sair, para que não sejam participantes dos seus pecados e não incorram nas suas pragas [...] Esta é a mesma mensagem que foi dada pelo segundo anjo [...] E no alto clamor da mensagem do terceiro anjo é ouvida uma voz do Céu, dizendo: ‘Retirai-vos dela, povo Meu’” (Maranata, p. 171).
"A luz que recebemos sobre a terceira mensagem angélica é a legítima. O sinal da besta é exatamente o que tem sido proclamado. Nem tudo que se refere a esse assunto é compreendido; nem compreendido será até que tenha sido completamente aberto o rolo do livro" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 17).
Por que é imprescindível a repetição dessas mensagens angélicas para a geração final? Porque cada mensagem é a experiência que o povo de Deus atravessará, com mais luz que brilhará naquele tempo.
"A proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas foi demarcada pela Palavra da Inspiração [...] É tão essencial agora, como sempre o foi, que sejam repetidas àqueles que estão em busca da verdade. Mediante a pena e a voz devemos fazer soar a proclamação, mostrando sua ordem e a aplicação das profecias que nos levam à terceira mensagem angélica. Não pode haver uma terceira sem a primeira e a segunda. Essas mensagens devemos dar ao mundo em publicações, e em sermões, mostrando em termos de história profética as coisas que aconteceram e as que hão de acontecer" (O Outro Poder, p. 19).
"Muitos que abraçaram a terceira mensagem não tinham tido experiência nas duas mensagens anteriores. Satanás compreendeu isto, e seu olho mau estava sobre eles para os transtornar; porém o terceiro anjo lhes estava apontando o Lugar Santíssimo, e aqueles que tinham tido experiência nas mensagens passadas estavam a apontar-lhes o caminho para o Santuário celestial. Muitos viram a perfeita cadeia de verdades nas mensagens do anjo, e alegremente as receberam em sua ordem, e pela fé seguiram a Jesus no Santuário celestial. Estas mensagens foram-me representadas como uma âncora para o povo de Deus. Aqueles que as compreendem e recebem serão preservados de ser varridos pelos muitos enganos de Satanás" (Primeiros Escritos, p. 256).
“Os que rejeitaram a luz da mensagem do primeiro anjo e a ela se opuseram, perderam a luz do segundo, e não puderam ser beneficiados pelo poder e glória que acompanhava a mensagem: ‘Eis o Noivo! saí ao Seu encontro.’” (Primeiros Escritos, p. 249).
"[...] clamor da meia-noite [...] devia prepará-los para entrarem com Jesus pela fé no Lugar Santíssimo do Santuário celestial [...] [a] mensagem do terceiro anjo [...] mostra o caminho para o Lugar Santíssimo" (Primeiros Escritos, p. 260).
"Sei que se deve fazer uma obra em favor do povo, ou muitos não estarão preparados para receber a luz do anjo que foi enviado do Céu para iluminar toda a Terra com a sua glória. Não penseis que sereis encontrados como vasos de honra no tempo da chuva serôdia, para receber a glória de Deus, se entregardes vossa alma à vaidade, falando coisas perversas e alimentando em segredo as raízes da amargura" (Testemunhos para Ministros, p. 468, 469).
"Aproximamo-nos do juízo e os que dão a mensagem de advertência ao mundo, devem ter mãos limpas e corações puros. Devem ter uma ligação íntima com Deus. Os pensamentos devem ser puros e santos, a alma sem mácula, devem o corpo, a alma e o espírito ser uma oferta pura e limpa a Deus, ou Ele não a aceitará" (Testemunhos para Ministros, p. 426).
Quando Ellen White estava escrevendo para sua geração, ela estava apelando para que os daquela geração participassem da experiência da mensagem do primeiro anjo, ao ela se aplicar à purificação pessoal necessária para que o povo de Deus fosse contemplado pela chuva serôdia e pregasse com poder as mensagens do segundo e do terceiro anjo.
Como já notamos, ela declarou no livro O Grande Conflito, p. 490:
"O juízo ora se realiza no Santuário celestial. Há muitos anos esta obra está em andamento. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos".
Acredito ser muito relevante o fato de a primeira data da publicação de O Grande Conflito ter sido em 1888. Foi nesta mesma época que Jesus deu a preciosa mensagem da justificação pela fé a A. T. Jones e E. J. Waggoner, a qual foi acompanhada pelas oportunas mensagens de Ellen White de apoio para que Jones e Waggoner levassem essa preciosa mensagem ao povo de Deus, a fim de que avançassem no julgamento dos vivos, o que os prepararia para o selamento e o recebimento da chuva serôdia.
Observem as palavras de instrução de A. T. Jones à Associação Geral, em 1893:
“[Cristo] deu-se a Si mesmo por nossos pecados, mas [...] Ele não os tirará ... sem nossa permissão [...] A escolha estará sempre comigo quanto a se prefiro meus pecados a Ele [...] Poderia então, a partir deste momento, haver qualquer hesitação de nossa parte em abandonar algo que Deus venha mostrar ser pecado? Renunciará você ao pecado quando lhe for apontado? Quando o pecado lhe for apontado, diga: ‘Eu prefiro Cristo ao pecado’ [...]. Se o Senhor nos revelou pecados nunca imaginados antes, isto mostra apenas que Ele desceu às profundezas e que finalmente alcançou o âmago da nossa alma. E quando Ele encontrar a última coisa imunda ou impura que não esteja em harmonia com Sua vontade, e a trouxer à tona para nos mostrar, então poderemos dizer: ‘Eu prefiro o Senhor a isso’; só então a obra estará completa, e o selo do Deus vivo poderá ser colocado sobre esse caráter” (Boletim da Associação Geral,1893, p. 404, 405).
Está claro que Jesus estava pronto naquela época para trazer Seu povo do julgamento dos mortos para o julgamento dos vivos, como preparação para o derramamento da chuva serôdia. Mas alguns dos principais irmãos se opuseram à mensagem trazida por Jones e Waggoner, desanimaram e abandonaram a igreja. Desde então, Deus espera uma geração que tomará posse dessa preciosa mensagem, que a vivenciará e fará parte da geração final que pregará a mensagem do segundo anjo e se juntará ao alto clamor do quarto anjo de Apocalipse 18.
“Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela” Apocalipse 18:5.
"Esta passagem indica um tempo em que o anúncio da queda de Babilônia, conforme foi feito pelo segundo anjo do Capítulo 14 do Apocalipse, deve repetir-se com a menção adicional das corrupções que têm estado a se introduzir nas várias organizações que constituem Babilônia, desde que esta mensagem foi pela primeira vez proclamada, no verão de 1844. Descreve-se aqui uma terrível condição do mundo religioso" (O Grande Conflito, p. 603).
É possível fazermos parte da pregação do alto clamor se não formos purificados dos nossos pecados? Claro que não!
"Aproximamo-nos do juízo e os que dão a mensagem de advertência ao mundo, devem ter mãos limpas e corações puros. Devem ter uma ligação íntima com Deus. Os pensamentos devem ser puros e santos, a alma sem mácula, devem o corpo, a alma e o espírito ser uma oferta pura e limpa a Deus, ou Ele não a aceitará" (Testemunhos para Ministros, p. 426).
Então por que Jesus não voltou antes disso? Porque ainda não passamos da compreensão inicial das três mensagens angélicas para aceitarmos a mensagem da justificação pela fé, que envolve a purificação de todos os nossos pecados, o que Jesus está preparado para fazer por nós, mas espera nossa cooperação inteligente.
"Houvessem os adventistas, depois do grande desapontamento de 1844, sustido firme sua fé e seguido avante unidos, segundo a providência de Deus lhes abria o caminho, recebendo a mensagem do terceiro anjo e no poder do Espírito Santo proclamando-a ao mundo, haveriam visto a salvação de Deus, o Senhor teria operado poderosamente com os esforços deles, a obra haveria sido concluída, e Cristo teria vindo antes para receber Seu povo para dar-lhe o seu galardão. ... Não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo houvesse sido assim retardada [...] É a incredulidade, a mundanidade, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo de Deus que nos têm detido neste mundo de pecado e dor por tantos anos" (Eventos Finais, p. 37, 38).
"O povo, porém, ainda não estava preparado para encontrar-se com o Senhor. Havia ainda uma obra de preparo a ser por eles cumprida. Ser-lhes-ia proporcionada luz, dirigindo-lhes a mente ao templo de Deus, no Céu; e, ao seguirem eles, pela fé, ao Sumo Sacerdote em Seu ministério ali, novos deveres seriam revelados. Outra mensagem de advertência e instrução deveria dar-se à igreja.
"Diz o profeta: ‘Quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá quando Ele aparecer? Porque Ele será como o fogo dos ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os afinará como ouro e como prata: então ao Senhor trarão ofertas em justiça.’ Malaquias 3:2, 3. Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no Santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do Santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra é mais claramente apresentada nas mensagens do Capítulo 14 de Apocalipse.
"Quando ela se houver realizado, os seguidores de Cristo estarão prontos para o Seu aparecimento" (O Grande Conflito, p. 424, 25).
"O grande plano de redenção, conforme revelado na obra final para estes últimos dias, deve ser cuidadosamente estudado. As cenas relacionadas com o Santuário celestial devem de tal modo impressionar o espírito e o coração de todos, que estes sejam capazes de impressionar também a outros. Todos precisam compreender melhor a obra da expiação que está sendo efetuada no Santuário do Céu. Quando essa importante verdade for reconhecida e compreendida, os que a abraçaram trabalharão de acordo com Cristo, a fim de preparar um povo que esteja em pé no grande dia de Deus e seus esforços serão bem-sucedidos. Pelo estudo, meditação e oração, o povo de Deus será elevado acima do nível das ideias e sentimentos comuns e terrenos, e posto em harmonia com Cristo e Sua grande obra de purificação no Santuário celestial. Sua fé O seguirá até dentro do Santuário, e Seus adoradores na Terra terão o cuidado de passar em revista a sua vida, aferindo o seu caráter pelo grande padrão de justiça. Descobrirão seus próprios defeitos e reconhecerão também que necessitam do auxílio do Espírito de Deus a fim de estar habilitados para a grande e solene obra do presente tempo, que Deus impôs aos Seus embaixadores" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 575).
Percebam na citação acima que é o pecado do povo de Deus que tem impedido Jesus de voltar, o que já teria acontecido se a mensagem purificadora da justificação pela fé tivesse sido aceita e vivenciada em sua totalidade desde 1888. No entanto, podemos nos regozijar que Jesus não mais retardará a Sua vinda, pois essa mensagem está agora sendo vivenciada e pregada, e muitos a estão recebendo e compartilhando com outros ao redor do mundo. Em resposta, Jesus está soltando os ventos e já estamos vendo a ascensão do papado e a aceitação dos enganos satânicos pelas igrejas protestantes caídas, ao se unirem à liderança da Igreja Católica. É tempo de o povo de Deus se levantar e pregar com poder a mensagem do segundo anjo que se estenderá à mensagem do terceiro anjo, a qual contém as últimas palavras da verdade que o povo do mundo ouvirá antes do fechamento da porta da graça.
Nesse ponto, quero enfatizar um aspecto fundamental do grande conflito que precisa ser compreendido com respeito à importância vital desta mensagem de purificação que está sendo pregada e vivenciada pelo povo de Deus. Essa verdade encontra-se tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos:
"Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá” (Deuteronômio 17:6).
"Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato" (Deuteronômio 19:15). Veja também Mateus 18:16; 2 Coríntios 13:1).
Percebam que a obra de livrar o mundo e o Universo do pecado não pode ser realizada apenas pelo sacrifício de Jesus. O que Ele fez através de Sua vida perfeita, morte, ressurreição e seu ministério no Santuário celestial precisa ser testificado por uma segunda testemunha que seja o fruto de Seu ministério e que comprove a eficácia do completo plano de salvação.
“Não podemos praticar o mal, forjarmos a iniquidade e ainda permanecermos justificados diante de Deus. Hoje é o nosso dia de provação, e devemos agora aperfeiçoar o caráter para resistirmos ao teste do julgamento. Quando Cristo voltar, não poderá haver mudança de caráter [...]. Aqueles que ficarem vivos e permanecerem […] serão arrebatados para encontrarem o Senhor nos ares, se seu caráter for irrepreensível e puro. A transformação de caráter deve tomar lugar durante as horas preciosas de provação” (The Signs of the Times, 29 ago. 1892).
No final dos mil anos, Jesus destruirá todos os ímpios no fogo que consumirá e purificará o mundo [Apocalipse 20:7-10]. Pelas Suas próprias leis, Ele não poderia fazer isso, a menos que tenha um povo remanescente purificado que, pela sua vida perfeita, se apresentasse como uma segunda testemunha diante do Universo de que o sangue de Jesus pode salvar por completo a todos os que se achegarem a Ele com fé, crendo no Seu poder para destruir as obras do diabo na vida pessoal. A perfeita vida de Jesus e a vitória sobre o diabo são a primeira testemunha, e Seu povo purificado é a segunda.
É por isso que há tanta alegria no Céu quando a vitória é completa:
“E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Apocalipse 19:6-8).
Os 144 mil são apresentados como “sem mácula”, e em pé sobre o Monte Sião com Jesus, tendo o nome de Jesus, representando o Seu caráter, e o nome de Seu Pai escrito na fronte (Apocalipse 14:1, 5). Eles são o resultado final da obra de purificação de Jesus no julgamento a que se refere a mensagem do primeiro anjo, e são eles que pregam os julgamentos finais das mensagens do segundo e do terceiro anjo.
“Quando a mensagem do terceiro anjo soar em alto clamor e toda a Terra se iluminar com Sua glória, o Espírito Santo será derramado sobre o Seu povo. O tributo de glória tem sido guardado para a obra de fechamento da mensagem do terceiro anjo. Nenhuma das orações que ascendeu para o cumprimento da promessa, a descida do Espírito Santo, se perdeu. Toda oração tem sido acumulada, pronta para transbordar e derramar um fluxo restaurador de influência celestial e luz acumulada em todo o mundo” (Carta 96ª, 1899, p. 2; Manuscript Releases #140).
“Nesta época, pouco antes da segunda vinda de Cristo nas nuvens do Céu, Deus chama homens que preparem um povo para permanecer em pé no grande dia do Senhor. Deve ser efetuada uma obra como a de João [Batista] nesses últimos dias. O Senhor tem dado mensagens a Seu povo através dos instrumentos que escolheu, e Ele deseja que todos deem ouvidos às admoestações e advertências enviadas por Ele. A mensagem que precedeu o ministério público de Cristo foi: Arrependei-vos [...] ‘porque está próximo o reino de Deus’ [Mateus 3:2]. Nossa mensagem não deve ser de paz e segurança. Como um povo que acredita no breve aparecimento de Cristo, temos uma mensagem definitiva a dar: ‘Prepara-te [...] para te encontrares com o teu Deus’ [Amós 4:12] [...]
“Neste tempo de apostasia quase universal, Deus chama Seus mensageiros a proclamar Sua lei no espírito e no poder de Elias. Como João Batista, ao preparar um povo para o primeiro advento de Cristo, chamou a atenção para os dez mandamentos, devemos dar em tons claros a mensagem: ‘Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo’ [Apocalipse 14:7]. Com o fervor que caracterizou o profeta Elias e João Batista, devemos nos esforçar a fim de preparar o caminho para o segundo advento de Cristo” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4 p. 1306).
Quem está disposto a aceitar o desafio para estar entre aqueles que pregarão a última mensagem de advertência ao mundo e que levarão fielmente a cruz de Jesus até que Ele volte? Se respondermos ao chamado de Jesus para estarmos dentre esse número, receberemos a recompensa de Jesus: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel sobre poucas coisas, eu te farei governante sobre muitas coisas; entra na alegria do teu senhor” (Mateus 25:21).
Carol Zarska, MAR, Escritora, em 3 Fevereiro, 2020