11.) O Santuário - Esconderijo de Deus para o Seu Povo Aperfeiçoado

Quando Adão e Eva foram criados, foram colocados em um belo jardim que era uma réplica do jardim de Deus no Céu. Eles foram criados para compartilharem comunhão e companheirismo não apenas um com o outro, mas com toda a família no Céu. Anjos frequentemente os visitavam e conversavam com eles sobre os mistérios do Universo, a queda de Lúcifer e dos anjos que o seguiram, bem como sobre o propósito da criação deles. E o melhor de tudo, Jesus os visitava todos os dias na viração do dia.

“O homem não foi feito para habitar na solidão; ele deveria ser um ente social. Sem companhia, as belas cenas e deleitosas ocupações do Éden teriam deixado de proporcionar perfeita felicidade. Mesmo a comunhão com os anjos não poderia satisfazer seu desejo de simpatia e companhia. Ninguém havia da mesma natureza para amar e ser amado [...] O próprio Deus deu a Adão uma companheira.  Proveu-lhe uma ‘adjutora’ -  ajudadora esta que lhe correspondesse — a qual estava em condições de ser sua companheira, e que poderia ser um com ele, em amor e simpatia [...] estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por ele [...] era ela o seu segundo eu, mostrando isto a íntima união e apego afetivo que deve existir nesta relação” (Patriarcas e Profetas, pp. 18, 19).

Não nos é dito por quanto tempo eles viveram nesse estado de felicidade, porém chegou o dia em que Eva foi tentada a utilizar o poder de comunicação que Deus lhe havia concedido, para ouvir a voz do tentador, e acabou sendo dominada por ele.  E então, por sua influência, Adão também foi levado a juntar-se a ela em desobediência ao comando expresso de Deus.

“Eva comeu e imaginou que sentira as sensações de uma vida nova e mais elevada. Ela levou o fruto ao marido, e o que teve uma influência irresistível sobre ele foi a experiência dela [...] Sua experiência se pôs contra o mandamento positivo de Jeová, e Adão se deixou seduzir pela experiência da esposa” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 3, p. 72).

Na história da queda de nossos primeiros pais vemos o tremendo poder da influência. Nas cenas finais da história terrestre, do mesmo modo, o mundo será dividido em dois grupos – aqueles que seguem as ordens explícitas de Jeová e aqueles que têm uma falsa experiência trazida por Satanás, que atrairá as pessoas à sua condenação eterna.

“Em face dos mais positivos mandamentos de Deus, homens e mulheres seguirão a própria inclinação e então ousam orar sobre o assunto, para persuadir Deus a permitir-lhes ir contra Sua vontade expressa. O Senhor não Se agrada com tais orações. Satanás se coloca ao lado de tais pessoas, como o fez com Eva no jardim, e as impressiona, e elas têm uma agitação mental, e isto interpretam como a experiência mais maravilhosa que o Senhor lhes deu. Uma experiência verdadeira estará em perfeita harmonia com a lei natural e divina. A experiência falsa se alinhará contra a ciência e os princípios de Jeová” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 3, p. 72).

Estamos nós preparados para permanecer firmes na última grande batalha entre Cristo e Satanás, quando milagres estiverem sendo realizados e professos cristãos pelo mundo inteiro estiverem afirmando possuir uma experiência com Deus que valida a veracidade de sua crença, de que a lei de Deus foi revogada e que o Sábado judaico foi substituído pelo dia de descanso cristão, o qual celebra a ressurreição de Cristo como o início de Seu ministério na Era Cristã?

Só há uma maneira de termos certeza de que estaremos protegidos e seguros nos dias perigosos que se aproximam. Precisamos estar escondidos na segurança do Santuário, onde poderemos viver em contínua comunhão com Jesus e receber Sua orientação, descansando na certeza de Seu amor e proteção. Agora é a hora de garantirmos o nosso chamado e eleição. Agora é o momento de nos conectarmos com Jesus em uma relação tão segura com Ele que, quando os ventos da contenda soprarem ao nosso redor, permaneceremos firmes nos dias que virão. Jesus está nos chamando para entrar naquele lugar de segurança e comunhão com Ele:

 

“Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos” (Isaías 26:20, 21).

“Quais são os quartos em que devemos nos refugiar? São a proteção de Cristo e dos santos anjos” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4, p. 1259).

Jesus disse que a oração nos leva àquele lugar especial de esconderijo e comunhão com Ele:

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente” (Mateus 6:6).

Todos os escritores bíblicos nomeiam esse lugar de refúgio como o templo santo de Deus, Seu Santuário, Sua presença ou o local onde Sua presença habita.

“Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal.[...] Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo. [...] Pois tu, Senhor, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência como de um escudo” (Salmos 5:4-12).

“O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei? Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, se chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram. Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nisto confiaria. Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo. Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha” (Salmos 27:1-5).

“...o Senhor fundou a Sião, para que os opressos do seu povo nela encontrem refúgio” (Isaías 14:32).

A ira de Deus não cairá sobre uma alma que nEle procura refúgio” (Testemunhos para Ministros, p. 157).

“Em lugar de fugir de Deus por causa de nossos pecados, fujamos para Seus braços em busca de proteção e perdão. O trono, terrível a nós em nossa descrença, torna-se em nosso arrependimento um lugar de refúgio” (Olhando para o Alto, 101).

No final dos tempos haverá uma purificação especial do povo remanescente de Deus, que vai prepará-lo para entrar na experiência do Lugar Santíssimo, onde estarão protegidos durante o grande tempo de angústia.

“E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus” (Zacarias 13:8, 9).

“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o Senhor, e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar.” (Joel 2:28-32) [Leia também Atos 2:17-21].

“Se esta profecia de Joel encontrou cumprimento parcial nos dias dos apóstolos, estamos vivendo numa época em que esse cumprimento deverá ser manifestado de maneira ainda mais evidente para o povo de Deus. Ele concederá por tal forma Seu Espírito a Seu povo que eles se tornarão uma luz em meio às trevas morais, e grande luz será refletida em todas as partes do mundo. Oh, que nossa fé possa ser aumentada, que o Senhor possa trabalhar poderosamente com Seu povo! (Manuscript 49, 1908)” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4, pp. 1295, 1296).

Estamos agora neste tempo do fim, quando as profecias de toda a Bíblia a respeito do remanescente do povo de Deus devem ser cumpridas. Este é o tempo profetizado por Daniel, quando os sábios serão purificados, embranquecidos e provados [Daniel 12:10]. Este é o processo de purificação necessário para produzir um remanescente puro. Porém será impossível alcançarmos esse objetivo a menos que entremos em um relacionamento de Santuário com Jesus e permitamos que Ele recrie nossas mentes e emoções de volta à perfeição original com a qual fomos criados.

A raça humana inteira tem sido tão danificada pelo sofrimento causado pelo pecado, que nossa mente se tornou depravada e corrompida; nossos instintos são de autoproteção e agressão contra qualquer coisa que acreditemos ser perigosa para nosso bem-estar, segurança ou felicidade. O amor altruísta e um foco externo em direção ao bem-estar dos outros não é natural para o coração carnal. Jesus veio ao nosso mundo para demonstrar como é a perfeição de caráter quando vivida na carne humana. Olhar para Ele e se aproximar dEle cria em nós o desejo de sermos iguais a Ele. É através dessa experiência com Jesus que poderemos experimentar a mudança radical que precisa ocorrer antes de estarmos preparados para viver na sociedade perfeita do Céu, mesmo ainda vivendo nesta Terra.

As Escrituras nos foram dadas para ajudar-nos a compreender o caráter de Deus, Sua lei e Seu propósito para a humanidade, que há de nos preparar para cooperarmos com Ele, a fim de que Ele possa restaurar o relacionamento original que tínhamos com Ele antes da queda. Por todas as Escrituras encontramos os termos: a morada de Deus, Seu templo e Seu Santuário como sendo o caminho de volta a um relacionamento perfeito com Ele.

No Santuário encontramos um retrato de Deus. É por isso que Davi disse:

“O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei? [...] Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo. Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha” (Salmos 27:1-6).

Davi não pede para falar com Deus de vez em quando e para ver vislumbres dEle às vezes. Davi ousadamente pede para morar na casa do Senhor todos os dias de sua vida e para contemplar a formosura do Senhor constantemente em Seu templo. Essa será a experiência de todos aqueles que atravessarem o final dos tempos e o tempo de angústia sem ver a morte, e que são considerados dignos de estar entre os 144 mil.

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai. [...] Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. [...] E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus” (Apocalipse 14:1, 4, 5).

Para que possamos entender o significado de o povo de Deus estar com Ele no Monte Sião, vou incluir aqui um estudo sobre o significado do Monte Sião.

“Então congregou Salomão os anciãos de Israel, e todos os cabeças das tribos, os chefes dos pais dos filhos de Israel [...] para fazerem subir a arca da aliança do SENHOR da cidade de Davi, que é Sião. [...] Assim trouxeram os sacerdotes a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo, até debaixo das asas dos querubins” (1 Reis 8:1, 6).

“O relato dos rituais relacionados à dedicação do templo constitui um dos capítulos mais significativos da Bíblia. A narrativa é uma de grande beleza e profundo significado espiritual. [...] Aqui entramos em uma compreensão mais profunda das coisas que têm a ver com a casa de Deus – entramos em contato com o próprio Deus” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 2, p. 761, não EGW).

Ao estudarmos o Santuário, é importante entender que o tema é progressivo. Em outras palavras, não importa o lugar onde Deus esteja trabalhando com Seu povo, o Santuário é o centro de comunicação entre a Terra e o Céu, bem como a revelação do plano da salvação e de como o plano vem sendo trabalhado através dos séculos. Portanto, ignorar o estudo do Santuário como revelado nas Escrituras é ignorar o esforço de Deus para prover um caminho de volta ao relacionamento que tínhamos com Ele antes da raça humana cair em pecado, por meio de nossos primeiros pais.

Os primeiros conceitos rudimentares do Santuário começaram no Éden ao Jesus informar a Adão e Eva que, por eles terem pecado precisariam sair da imediata presença de Deus, porém um substituto seria providenciado num futuro distante, a fim de redimir a raça humana de seu estado pecaminoso.  Jesus providenciou então para eles, vestes de peles de animal a fim de cobrir sua nudez. Depois que deixaram seu Lar-Jardim, um altar foi erigido diante do portão do Éden, onde querubins com espadas flamejantes guardavam o caminho para a árvore da vida. Assim Deus providenciou perdão para os pecados, esperança para o futuro e um relacionamento e comunicação contínuos com Ele.

Séculos mais tarde no deserto, Deus forneceu os detalhes intrincados do Santuário para os filhos de Israel, que lhes provou ser um caminho seguro, livrando-os da adoração idólatra das nações ao seu redor e dos rituais satânicos e ilusões que ameaçavam afastá-los de Deus.  Todo o plano da salvação estava exposto e demonstrado no Santuário através de símbolos, que perdurariam até o final dos tempos. Mais tarde, o Templo de Salomão foi construído, tendo se tornado a glória de Israel, e, embora tenha sido destruído em 586 a.C. foi reconstruído após o término dos setenta anos de cativeiro babilônico. Quando a nação judaica rejeitou a Jesus como o Messias, e mais tarde rejeitou também a pregação do evangelho da salvação por Seus discípulos e pela igreja cristã, seu tempo de graça acabou, e em 70 A.D. o templo foi destruído pelo exército romano, sem sobrar pedra sobre pedra como Jesus havia previsto em Mateus 24:2.

No entanto, o significado do Santuário e suas verdades viverão para sempre, pois são tão eternas quanto o próprio Trono de Deus.

Quais são as verdades essenciais que são demonstradas através do Santuário e seus serviços terrenos?  O Santuário nos revela o convite de Deus para entrarmos pelos portais celestiais, mostrando-nos o caminho que permitirá vivermos uma vida de comunhão e unidade com Ele para recebermos as bênçãos que Ele oferece àqueles que O buscam. O pecado nos separa de Deus e nos conecta com a influência e as mentiras do inimigo. Sem recebermos o poder de Deus mediante a obediência a Ele, não temos a menor capacidade de resistir ao controle do maligno sobre a nossa mente, espírito e alma. Satanás é mentiroso e assassino desde o início e seu poder sobre nós é absoluto, a menos que escolhamos a rica salvação que nos é oferecida através de Jesus. Mas entender como conseguir isso é impossível sem uma real compreensão das leis, dos princípios e do caráter de Deus. Embora seja verdade que o Espírito Santo está constantemente passando pela Terra em busca daqueles com coração sensível a Ele [2Crônicas 16:9], sem um conhecimento mais profundo de Deus pouquíssimas pessoas progredirão além de uma compreensão rudimentar sobre Sua natureza e exigências. Ou seja, nós podemos acabar limitando o poder de Deus em nossa vida por resistirmos ao Seu espírito, o que acaba dando ao diabo mais acesso para nos tentar e nos levar ao pecado.

“O teste de Deus para os pagãos, que não possuem a luz, e para os que moram onde o conhecimento da verdade e a luz têm sido abundantes, é totalmente diferente. Ele aceita da parte dos que vivem em culturas pagãs um tipo de justiça que não O satisfaz quando é oferecido pelos que vivem em sociedades cristãs. Ele não exige muito das pessoas a quem não foi concedido muito” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 5, p. 1252).

“Repetidas vezes o Senhor tem ansiado por comunicar Seu Espírito em grande medida, porém não tem encontrado espaço para tal.  Ele não tem sido reconhecido nem valorizado. (Por causa da dureza do coração, cegueira de mente, e algum mal escondido) que estaria impedindo a manifestação do poder de Deus [...] Seu espírito não pode baixar” (Ellen G. White, Carta 43, 1890).

“Deus fará grandes coisas por aqueles que nEle confiam. A razão pela qual Seu povo professo não tem maior forca, é que confiam tanto em sua própria sabedoria, e não dão ao Senhor oportunidade para revelar Seu poder em favor deles. Ele auxiliará os Seus filhos crentes em toda a emergência, se nEle puserem toda a confiança, e fielmente Lhe obedecerem” (Patriarcas e Profetas, p. 359).

“Como as oliveiras esvaziam-se nos tubos de ouro, assim procuram os mensageiros celestes comunicar tudo que de Deus receberam. Todo o tesouro celestial aguarda que o peçamos e recebamos; e, à medida que recebemos a bênção, devemos naturalmente transmiti-la a outros. É assim que as lâmpadas sagradas são alimentadas, e a Igreja se torna portadora de luz no mundo” (Testemunhos para Ministros, p. 510).

Assim podemos observar que apesar das riquezas da eternidade estarem disponíveis para nós, somos nós que decidimos quanto das bênçãos de Deus receberemos.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lucas 11:9-13).

“Você deve experimentar sincero desejo de ter o Espírito Santo, e orar fervorosamente para obtê-Lo. Não pode esperar a bênção de Deus sem a buscar” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 2, p. 263).

“Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta à oração da fé, aquilo que Ele não outorgaria se o não pedíssemos assim” (O Grande Conflito, p. 525).

“Vi que um santo, se reto, poderia mover o braço de Deus” (Primeiros Escritos, p. 120).

Não apenas devemos buscar as bênçãos temporais de nosso Pai celestial, mas, ainda mais importante, devemos buscar as bênçãos espirituais que nos permitirão ser purificados de todo o mal que Satanás nos fez em toda nossa vida.

“É por meio do Espírito que o coração é purificado [...] Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja” (O Desejado de Todas as Nações, p. 475).

Ou seja, embora o Espírito Santo esteja ao alcance de todos, são somente aqueles que respondem e buscam conhecer a Deus e seguir Seus preceitos que recebem os benefícios da salvação e a regeneração da alma. Então, por que é que poucos recebem o privilégio da salvação? Recordem a história do jovem rico. O amor que ele tinha pelas riquezas terrenas excedia seu desejo pelas riquezas da vida eterna no Céu. Assim será com a maioria das pessoas na Terra. O amor delas pelos tesouros terrenos eclipsa seu desejo pelo Céu, e a atração que uma vez tiveram pelas coisas espirituais se desvanece se tornando apenas uma lembrança distante.

Jesus disse:

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontram” (Mateus 7:13-14).

Poucos encontram o caminho estreito que leva ao Céu, porque as qualidades necessárias não são naturais para o coração humano. Em artigos anteriores, escrevi extensamente sobre os serviços do Santuário, como sendo o molde para nossa comunicação com Jesus. Essa comunicação é essencial para nossa salvação, especialmente para a preparação necessária a fim de que Jesus possa concluir Sua obra no remanescente final que estará vivo quando Ele voltar. Agora quero usar esse mesmo molde do Santuário, como o caminho para recebermos a perfeição de caráter, que resulta da cooperação com Jesus no apagamento de todos os nossos pecados antes que Ele termine Sua obra no Lugar Santíssimo do Santuário celestial.

Na vida de cada pessoa existe áreas de pecado que são impossíveis de vencer sem uma conexão com Jesus, que venha a destruir o amor que temos por aquele pecado. A menos que conheçamos a Jesus pessoalmente e estabeleçamos uma ligação íntima com Ele a ponto de o pecado se tornar odioso para nós, nunca poderemos ser vencedores.

“Uma vez formada, esta união com Cristo deve ser mantida. Disse Cristo: ‘Estai em Mim, e Eu em vós: como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim’. João 15:4. Isto não é um contato casual, ora sim ora não. O ramo torna-se uma parte da videira viva. A comunicação de vida, força e fertilidade da raiz aos ramos é livre e constante. Separado da videira, o ramo não pode viver. Tampouco, disse Jesus, podeis vós viver separados de Mim. A vida que de Mim recebestes só pode ser conservada por meio de contínua comunhão. Sem Mim não podeis vencer um só pecado, ou resistir a uma única tentação [...]

“‘Estai em Mim, e Eu em vós.’ Permanecer em Cristo significa receber constantemente de Seu Espírito, uma vida de inteira entrega a Seu serviço. As vias de comunicação entre o homem e seu Deus devem achar-se de contínuo desimpedidas. Como o ramo tira sem cessar a seiva da videira viva, assim nós devemos nos apegar a Cristo, e dEle receber, pela fé, a força e perfeição de Seu próprio caráter.

“A raiz, por meio dos galhos, envia a nutrição aos mais afastados ramos. Assim comunica Jesus a todo crente a corrente do vigor espiritual. Enquanto a alma estiver unida a Cristo, não há perigo de que seque ou se corrompa [...] ‘Quem está em Mim’, disse Jesus, ‘e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer’. João 15:5. Quando vivemos pela fé no Filho de Deus, os frutos do Espírito se manifestarão em nossa vida; nenhum faltará” (O Desejado de Todas a Nações, p. 479).

Hoje em dia é popular no mundo cristão dizer e crer que pecaremos até a volta de Jesus quando Ele mudará a nossa natureza. Mas precisamos compreender que isso é um engodo do diabo. Toda a purificação do caráter é realizada antes de Jesus sair do Santíssimo no Santuário celestial, quando Sua obra ali estiver terminada.  Essa obra não é feita em segredo, antes é um trabalho cooperativo entre Jesus e o crente. Essa experiência pode, por vezes ser muito dolorosa, porque Jesus precisa chegar ao íntimo de nosso coração e às raízes do pecado em nossa vida. Ele precisa chegar ao âmago de nosso ser e literalmente cortar tudo o que esteja impedindo a nossa purificação completa e o preenchimento de Sua justiça em nosso caráter.    

“Há ramos que se arrastam pelo chão; estes devem ser soltos dos pontos de apoio da terra, a que se apegam as tenras gavinhas. Devem estender-se em direção ao céu, para encontrar em Deus seu sustentáculo. A excessiva folhagem que tira ao fruto a corrente vital, tem de ser podada; cortado, o excesso de ramos, a fim de dar lugar aos saneadores raios do Sol da Justiça. O lavrador corta os rebentos prejudiciais, para que o fruto seja mais rico e abundante.

“‘Nisto é glorificado Meu Pai’, disse Jesus, ‘que deis muito fruto’. João 15:8. Deus deseja manifestar por meio de vós a santidade, a beneficência, a compaixão de Seu próprio caráter [...] ‘Se vós estiverdes em Mim’, diz, ‘e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito’. João 15:7. É por meio da Palavra que Cristo habita em Seus seguidores [...] As palavras de Cristo são espírito e vida. Recebendo-as, recebeis a vida da Videira. Viveis ‘de toda a palavra que sai da boca de Deus’. Mateus 4:4. A vida de Cristo em vós produz os mesmos frutos que nEle. Vivendo em Cristo, aderindo a Ele, por Ele sustentados, e dEle tirando a nutrição, dareis frutos segundo a Sua semelhança” (O Desejado de Todas as Nações, p. 480).

Aí reside o segredo da necessidade de uma purificação completa de nosso caráter antes da volta de Jesus. Ao longo da história, Jesus tem vivido em Seus seguidores por meio de Sua palavra e Seu Espírito até quando morreram, tendo eles sido julgados com base em seu compromisso com Ele e em sua concordância com Sua palavra. Todos os erros e falhas deles ficaram sob a cobertura do Seu sangue e manto de Justiça, aplicado ao registro da vida de cada um, à medida em que se arrependeram e concordaram com Ele em tudo o que compreendiam.

Porém para aqueles que estarão vivos no final dos tempos, haverá um final para expiar a iniquidade, no Santuário celestial, tal qual houve um final para os serviços do Santuário terrestre, quando Jesus veio como o Cordeiro morto desde a fundação do mundo para os pecados cometidos desde o início do mundo até que Sua obra seja terminada no Santuário celestial, no fechamento da porta da graça.

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo” (Daniel 9:24).

Depois da vida de Cristo na Terra, Sua morte sacrificial, Sua ressurreição e ascensão ao Céu, Ele iniciou Sua obra intercessora no Santuário celestial. A profecia de Daniel inclui o ministério inteiro de Jesus, tanto a parte da nação judaica até o fim de seu tempo de graça em 34 d.C., quanto para as pessoas que responderão à Sua obra no Santuário celestial quando Ele finalmente dará fim aos pecados e trará a justiça eterna, ao término de Seu ministério no Lugar Santíssimo.

A. T. Jones escreve extensamente sobre o assunto. Aqui estão alguns trechos de seu artigo “O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã”, capítulo 16, pp 76-79: “A purificação do Santuário (no inglês “The Time of Finishing the Mystery of God”:

“A consumação desta obra no Santuário (do Antigo Testamento) e para o Santuário era igualmente, a consumação da obra para o povo, já que naquele dia de purificação do Santuário, que era o dia da expiação, qualquer um que não participasse do serviço de purificação mediante o escrutínio do coração, confissão e expulsão do pecado, seria cortado definitivamente do povo [...]

“E isto tudo ‘era uma figura para o tempo presente’. Aquele Santuário, sacrifício, sacerdócio e ministério, eram figura do verdadeiro, que é o Santuário, sacrifício, sacerdócio e ministério de Cristo. A purificação daquele Santuário era uma figura da purificação do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem, a purificação de toda a impureza dos crentes em Jesus, por causa de suas transgressões em todos os seus pecados [...]

“O Santuário que era figura para o tempo presente, foi destruído pelo exército Romano, que veio e destruiu a cidade (Daniel 9:36) junto com o Santuário, cujo local ficaria desolado ‘até a consumação’. Ou seja, o único Santuário que poderia ser purificado [em 1844...] era [...] o verdadeiro tabernáculo onde Cristo [...] é o verdadeiro Sacerdote e Ministro [...] ‘que o Senhor erigiu, e não o homem’ [...]

“O significado desta purificação está claramente expresso em Daniel 9:24-28 [...] As setenta semanas, ou 490 anos determinados para os judeus e para Jerusalém, para ‘acabar com a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos’. Daniel 9:24.

“Esse é o verdadeiro propósito de Deus no Santuário e em seus serviços em todo o tempo: seja na ‘figura’ ou no verdadeiro, seja para judeus ou gentios, tanto na Terra como no Céu [...]

“A nação para quem o reino de Deus foi dado, após ter sido rejeitado pelos judeus, eram os gentios. E aquilo que haveria de ter sido feito para judeus [...] é exatamente o mesmo que deve ser feito para os gentios, a quem tem sido dado o reino de Deus [...] E aquela obra a ser feita consiste em ‘acabar com a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos’.

Isto poderá ser realizado apenas na consumação do mistério de Deus, quando da purificação do verdadeiro Santuário. Isto somente acontecerá de um lado, quando a transgressão for eliminada e dado fim aos pecados pelo aperfeiçoamento dos crentes em Jesus; e do outro, quando a transgressão for eliminada e dado fim aos pecados na destruição dos maus e a purificação do Universo de toda mancha de pecado que haja existido.

“A consumação do mistério de Deus é a finalização da obra do evangelho. E a finalização da obra do evangelho é, primeiramente, a erradicação de todo vestígio de pecado e trazer a justiça eterna, isto é, Cristo plenamente formado em todo o crente, apenas Deus manifesto na carne de cada crente em Jesus; e em segundo lugar [...] a consumação da obra do evangelho significa [...] a destruição de todos aqueles que, até aquela ocasião, não aceitaram o evangelho [2 Tessalonisenes 1:7-10]” (traduzido do artigo em inglês de A.T.Jones: Consecrated Way to Christian Character p. 115,116).

Assim podemos observar que a consumação do mistério de Deus e a finalização da obra do Evangelho é, primeiramente, o aperfeiçoamento do povo de Deus. E a conclusão da obra de Jesus no Lugar Santíssimo depende da cooperação inteligente e voluntária do Seu povo, pois Ele “não faz coisa alguma sem nossa cooperação” (Mensagens Escolhidas, Vol. 2, p. 236). Eis a razão para o atraso da vinda de Cristo. Infelizmente, muitas pessoas estão à deriva em sua compreensão de como se preparar para a volta de Jesus. Neste momento crítico da história, muitos do nosso povo estão profundamente entrincheirados no laodiceanismo, sem saber que aqueles que continuarem nessa condição serão vomitados da boca de Jesus. O que significa ser vomitado da boca de Cristo?

“Para os que estão indiferentes neste tempo, a advertência de Cristo é: ‘Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.’ Apocalipse 3:16. A figura de vomitar de Sua boca significa que Ele não pode oferecer suas orações ou expressões de amor a Deus. Não pode aprovar de modo algum sua forma de ensinar a Palavra de Deus ou o seu trabalho espiritual. Não pode apresentar seus serviços religiosos com o pedido de que a graça lhes seja concedida” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 408).

Quem negligencia ou trata com indiferença as advertências divinas, quem acaricia ou desculpa o pecado, está selando o destino de sua alma. Seremos pesados na balança e achados em falta. Graça, paz e perdão serão retirados para sempre; Jesus terá passado para nunca mais voltar ao alcance das nossas orações e súplicas. Enquanto se prolonga a misericórdia, enquanto o Salvador está fazendo intercessão, façamos uma preparação completa para a eternidade” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 405).

A fim de entender melhor o que Deus requer daqueles que desejam estar vivos e encontrar Jesus em paz na Sua vinda, vamos rever os Seus conselhos para nós e a Sua recompensa para aqueles que permitirem que Ele aperfeiçoe o seu caráter antes do final do tempo de graça:

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. (Apocalipse 3:18-22).

O primeiro requisito no conselho de Jesus é comprarmos dEle ouro refinado em fogo. Vamos rever a profecia de Zacarias 13:8, 9, que citei anteriormente neste artigo, sobre a experiência através da qual o remanescente do povo de Deus será aperfeiçoado:

“E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus.”

Ou seja, podemos ver que, para recebermos o ouro provado no fogo, precisamos nos submeter a Jesus e cooperar inteiramente com Ele ao Ele nos fazer passar por provações, no processo de refinamento que nos revelará as impurezas de nosso caráter.

Cada ardente prova é um instrumento de Deus para sua purificação. Cada uma delas os está preparando para sua obra de colaboradores Seus. Cada conflito tem seu lugar na grande batalha em busca da justiça, e ajuntará uma alegria ao seu final triunfo. Tendo isso em vista, a prova de sua fé e paciência será de bom grado aceita, em vez de temida e evitada. Ansiosos por cumprir sua obrigação para com o mundo, fixando seu desejo na aprovação de Deus, Seus servos têm de cumprir cada dever, a despeito do temor dos homens ou de seu favor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 209).

“Cada pessoa, no dia do juízo investigativo comprovará que tipo de caráter desenvolveu, pois terá que fazer seu relato individual a Deus. Cada palavra pronunciada, cada desvio de conduta, cada ação que manchou a alma, tudo será pesado na balança do Santuário. A memória de cada um será fiel e vívida [...] ser-lhe-á trazido à mente todos os pensamentos e ações do passado; sua vida inteira ser-lhe-á apresentada de forma panorâmica como se fossem cenas de um filme” (The Review & Herald, 4 nov. 1884).

“Nós, individualmente, temos um caso pendente no tribunal divino. O caráter está sendo pesado nas balanças do Santuário e ele deveria ser a fervente aspiração de todos que andam humilde e zelosamente, temendo que, por negligência de deixar brilhar sua luz no mundo, descaiam da graça de Deus e percam tudo o que realmente vale a pena. Todas as dissensões, diferenças e críticas deveriam ser postas de lado, com toda a maledicência e amargura. Bondade, amor, a compaixão de uns para com os outros, devem ser acalentados, para que a oração de Cristo a fim de que Seus discípulos pudessem ser um como Ele é com o Pai, possa ser respondida” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 279).

“Deus está pesando nosso caráter, nossa conduta e nossos motivos na balança do Santuário” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 3, p. 370).

“O homem é pesado na balança e achado em falta quando está vivendo na prática de qualquer pecado conhecido” (Testemunhos para Ministros, p. 440).

“Cristo diz do vencedor: ‘De modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida’ (Apocalipse 3:5). Os nomes de todos os que uma vez se entregaram a Deus são escritos no livro da vida, e seu caráter está agora sendo examinado diante dEle. Anjos de Deus estão avaliando o valor moral. Eles observam o desenvolvimento do caráter nos que vivem agora, para ver se os seus nomes podem ser retidos no livro da vida. É-nos concedido um tempo de graça para lavarmos e alvejarmos as vestes do caráter no sangue do Cordeiro. Quem está fazendo essa obra? Quem está se separando do pecado e do egoísmo?” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 1072).

Antes de prosseguirmos com este estudo, quero deixar bem claro o significado da palavra caráter. É nesta hora que muitas pessoas deixam de perceber o rigor do juízo e a profundidade do pecado no qual a humanidade está escravizada. O juízo de Deus inclui não apenas o comportamento externo, mas se estende até a profundeza dos pensamentos, sentimentos e intenções ocultos.

“A lei de Deus se estende não só aos atos exteriores, mas também aos sentimentos e aos motivos” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 5, p. 1209).

“Os pensamentos e os sentimentos, combinados, constituem o caráter moral” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 310).

“Poucos compreendem que é dever exercer domínio sobre seus pensamentos e imaginações” (Nossa Alta Vocação, p. 107).

“Se o ser humano deve tornar-se imortal, sua mente necessita estar em harmonia com a mente divina” (Testemunhos sobre Conduta Sexual, p. 116).

“[...] os anjos de Deus colocam diariamente nos livros do Céu uma representação exata do caráter de cada ser humano” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 1104).

Por toda a história os cristãos têm compreendido que a salvação é oferecida livremente a qualquer um que aceite Jesus como seu Salvador pessoal e que mantenha um relacionamento constante com Ele através do arrependimento e da confissão de seus pecados. Embora isso seja verdade na história passada, quando Jesus chegar ao caso dos vivos, toda pessoa que desejar estar vivo até Sua volta precisa estar disposta a cooperar com Ele em Sua obra de purificação no Santíssimo. Em outras palavras, para que Jesus possa finalizar Sua obra no Santíssimo, Ele precisa concluir Sua obra em Seu povo. Para Jesus poder apagar o registro dos pecados no Santuário celestial, Ele precisa apagar os pecados na vida do Seu povo. Somente então pode ser dito que Ele acabou a iniquidade, pôs fim ao pecado e trouxe a justiça eterna.

Em vista disso, fica bem claro que somente aqueles que estiverem dispostos a passar pelos testes e provações necessários para revelar seus defeitos estarão entre o remanescente purificado que Jesus anseia por produzir. Ele nunca nos obrigará a passar por essa experiência com Ele. Nós precisamos estar dispostos e nosso coração precisa querer passar por essa peregrinação. Precisamos estar dispostos a atravessar o deserto para chegar à Terra Prometida.

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados. Que, passando pelo vale de Baca [lamento] , faz dele uma fonte; [...] Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus. Senhor Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! [...] Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios. Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão” (Salmos 84:5-11).

Observe que o alvo do povo de Deus é Sião, a morada de Deus e o lugar do Seu trono. É importante lembrar que os 144 mil são vistos por João como os que conseguiram alcançar esse alvo.

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai. [...] Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus” (Apocalipse 14:1, 4, 5).

Muitos parecem estar dispostos a se acomodarem exatamente onde estão em sua condição atual esperando que algo os desperte a tempo para se prepararem para a volta de Jesus.  Que cada alma ansiosa por fazer parte do reino de Cristo desperte agora, antes que seja tarde demais, e se junte ao pequeno grupo viajando para a Cidade Santa.  Que se apresse para descobrir como obter vitória sobre o pecado e vencer, custe o que custar.  Só então estaremos seguros sob a sombra de Suas asas nos dias perigosos que estão por vir.

“[...] à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (Salmos 57:1).

“O que anda sinceramente salvar-se-á” (Provérbios 28:18).

“Quando tentados a pecar, lembremo-nos de que Jesus intercede por nós no Santuário celestial. Se pomos de parte nossos pecados e vamos ter com Ele, com fé, Ele toma nos lábios nosso nome, e o apresenta ao Pai [...] E parte então para os anjos a ordem de proteger-nos” (Em Lugares Celestiais, p. 270).

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. [...] Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos” (Salmos 91:1, 2, 9, 10, 11).

Está você preparado para iniciar agora mesmo nesta jornada para a Terra Prometida? Se estiver, você precisa se familiarizar com a verdades do Santuário que nos são reveladas nas Escrituras, pois é no Santuário que a glória de Deus, que é o Seu caráter, é revelada. Caso tivermos pecados em nossa vida, a glória de Deus nos consumirá, pois Sua glória consome o pecado. Porém se cooperarmos com Ele na purificação de nosso caráter, estaremos em harmonia com Ele e poderemos viver em Sua presença.

Em artigos anteriores, delineei os sete passos do Santuário com mais detalhes do que sinto que é necessário fazer aqui. Por essa razão citarei apenas cada passo na ordem correta e seguirei essa ordem para facilitar nossa compreensão de como cooperar com Jesus em Sua obra de purificação, no Segundo Compartimento do Santuário celestial. Esses passos são:

1. Louvor; 2. Confissão; 3. Palavra de Deus; 4. Espírito Santo; 5. Exemplo da vida de Jesus; 6. Oração intercessora; 7. Purificação completa e apagamento de todo o pecado.

Antes de o pecado entrar na raça humana, a mente e o caráter de Adão e Eva estavam em perfeita harmonia com a mente de Deus. Cada aspecto do caráter de Deus fazia parte, de forma congênita, dos pensamentos, sentimentos e comportamento do casal. Porém depois de terem pecado, o maligno passou a ter acesso aos pensamentos e sentimentos deles. O que antes era natural para eles antes do pecado, agora tinha que ser propositalmente aprendido e escolhido de forma consciente para ser colocado em prática através da orientação do Espírito Santo. Em Sua misericórdia e grande amor pela raça humana, Deus providenciou um caminho para levar-nos de volta à harmonia perfeita com Ele, que existia antes de Adão e Eva caírem nas tentações e mentiras de Satanás. Através do Santuário, Deus viabilizou, de forma facilitada, a restauração do maravilhoso relacionamento com Jesus, que tínhamos no Jardim do Éden.

“E acontecerá naquele dia que os restantes de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu; antes estribar-se-ão verdadeiramente sobre o Senhor, o Santo de Israel. Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó. Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um remanescente dele se converterá” (Isaías 10:20-22).

“O nome Eufrates é mencionado pela primeira vez no Antigo Testamento em relação a um dos rios do jardim do Éden (Gênesis 2:14) [...] O Eufrates é [...] indicado como a fronteira norte da terra prometida (Gênesis 15:18) [...] Na linguagem simbólica do livro do Apocalipse, os anjos são mencionados ‘atados junto ao grande rio Eufrates’ (Apocalipse 9:14) e é dito que a sexta praga será derramada sobre o Eufrates (Apocalipse 16:12)” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 8, pp. 464, 465).

Obviamente o rio Eufrates tem um grande significado na Bíblia desde Gênesis até o Apocalipse, tendo significados tanto literais como simbólicos. O rio Eufrates passava por toda a Babilônia antiga e a secagem do rio Eufrates tornou possível a captura da cidade. Ou seja, em linguagem simbólica, a secagem do Eufrates para a Babilônia mística, no final dos tempos, indica que Deus irá expor os erros e as mentiras contidos em seus ensinamentos e tirará dela o poder sobre as nações.

“Há apenas dois grupos de pessoas em nosso mundo: as que são leais a Deus e as que estão sob a bandeira do príncipe das trevas. Satanás e seus anjos descerão com grande poder, sinais, e prodígios da mentira para enganar os que habitam sobre a Terra, e, se possível, até os escolhidos. A crise está bem à nossa frente [...] Em breve será travada a batalha do Armagedom. Aquele em cuja vestimenta está escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores, conduz os exércitos do Céu montados em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 1098).

É interessante observar que o ato final que fez cair os julgamentos de Deus sobre toda a nação da Babilônia foi a profanação dos vasos sagrados do templo em Jerusalém trazidos por Nabucodonosor. Como resultado, Deus falou este julgamento contra ele através de Daniel:

“Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: [...] Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a majestade. E por causa da grandeza, que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele; [...]

“E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isto. E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus senhores, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, [...] mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. Então dele foi enviada aquela parte da mão, que escreveu este escrito.  Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE: MENE, TEQUEL, UFARSIM.

“Esta é a interpretação daquilo:

“MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.

“TEQUEL: Pesado foste na balança, e achado em falta.

“PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas” (Daniel 5:17-28).

Da mesma forma como a antiga Babilônia, assim a mística Babilônia chegará ao fim por causa do mau uso das verdades sagradas de Deus que vêm do Seu Santuário e por ter dado em lugar dessas verdades o inebriante vinho da Babilônia, que constitui as mentiras do diabo, tão certo como quando Eva escutou as mentiras da serpente e partilhou do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas o verdadeiro remanescente de Deus cooperará com Ele na purificação final e no apagamento de todo pecado e toda mentira do diabo que já entrou em sua vida. Eles serão o produto final do ministério de Cristo no Lugar Santíssimo do Santuário celestial.

“Pureza de vida e caráter moldado segundo a regra divina não são obtidos sem um esforço sincero e firmes princípios. Uma pessoa vacilante não será bem-sucedida em obter a perfeição cristã. Tal pessoa será pesada na balança e achada em falta” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 2, pp. 408, 409).

“O Esquadrinhador [...] pesa o caráter moral nas áureas balanças do Santuário celeste” (Filhos e Filhas de Deus, p. 60).

“Os pecados de Israel devem ir a julgamento de antemão. Todo pecado precisa ser confessado no Santuário para que a obra possa seguir em frente; isso precisa ser feito agora. A chuva serôdia está sendo derramada sobre aqueles que são puros – todos, então, a receberão como no passado.  Ninguém recebe a chuva serôdia exceto aqueles que estão fazendo tudo o que podem” (General Conference Bulletin,1893, p. 179).

“Deus está pesando nosso caráter, nossa conduta e nossos motivos na balança do Santuário” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 3, p. 370).

“O homem é pesado na balança e achado em falta quando está vivendo na prática de qualquer pecado conhecido” (Testemunhos para Ministros, p. 440).

“O caráter está sendo pesado nas balanças do Santuário e ele deveria ser a fervente aspiração de todos que andam humilde e zelosamente, temendo que, por negligência de deixar brilhar sua luz no mundo, descaiam da graça de Deus e percam tudo o que realmente vale a pena. Todas as dissensões, diferenças e críticas deveriam ser postas de lado, com toda a maledicência e amargura. Bondade, amor, a compaixão de uns para com os outros, devem ser acalentados, para que a oração de Cristo a fim de que Seus discípulos pudessem ser um como Ele é com o Pai, possa ser respondida” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 279).

Portanto, a prova final para o povo de Deus no final dos tempos envolve mais – muito mais do que a questão do Sábado-Domingo. Cada pecado será trazido à tona quando da purificação do remanescente final de Deus. Mas Deus já proveu um caminho para nós – esse caminho é encontrado nos sete passos do Santuário, pelo qual seremos julgados.

Como será nossa vida quando formos “um produto finalizado” e Jesus concluir Sua obra de purificação no Segundo Compartimento do Santuário?

1.      Nossa vida será cheia de louvor e de ação de graças a Deus. Toda a crítica, raiva, ressentimento, rancor, culpa, depressão e qualquer tipo de pensamento negativo terão sido banidos da vida. Seremos revestidos com o manto da justiça de Cristo.

“Aproxima-se o dia em que a batalha terá sido ferida e ganha a vitória [...] Juntas, constituirão uma família feliz, unida, trajada das vestes de louvor e ações de graça — as vestes da justiça de Cristo” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 8, p. 42).

“A gratidão que flui de nossos lábios é resultado do toque do Espírito nas cordas do ser, em santas recordações, despertando a música do coração” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 6, p. 1199).

“[...] esvaziai o templo da alma de maus pensamentos” (Este Dia com Deus, p. 364).

2.      Cada elemento de orgulho terá sido banido de nossa vida e a humildade e a submissão à orientação de Deus agraciará com beleza, nosso serviço a Deus e aos outros.

“E dir-se-á: “Aplanai, aplanai a estrada, preparai o caminho, tirai os tropeços do caminho do meu povo. Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:14, 15).

“Portanto diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. [...] Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:6-10).

“Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos da humildade porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1Pedro 5:5, 6).

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.  Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:3-11).

“Todo aquele que em si mesmo confia que é justo, desprezará os demais [...] Sua justiça própria leva-o a acusar [...] Deste modo manifesta o próprio espírito de Satanás, o acusador dos irmãos. Impossível lhe é neste espírito entrar em comunhão com Deus” (Parábolas de Jesus, p. 75).

“Enquanto o orgulho, desinteligência e luta por superioridade forem nutridos, o coração não pode entrar em associação com Cristo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 460).

“[...] Satanás não pode exercer poder sobre a pessoa que anda com Deus em humildade de espírito” (Minha Consagração Hoje, p. 296).

3.      A palavra de Deus será o padrão de nossa vida, e nos alimentaremos constantemente de suas verdades para orientação e direção e conexão com a mente e o coração de Deus.

“[...] pela palavra dos teus lábios me guardei das veredas do destruidor.  Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem” (Salmos 17:4, 5).

“Com que maneira purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra” (Salmos 119:9).

“Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Salmos 119:133).

“Muita paz têm os que amam a tua lei; e para eles não há tropeço” (Salmos 119:165).

“Todos os que caminham em harmonia com Deus precisam estar completamente livres das paixões naturais do coração humano. Todos quantos se entregam ao serviço de Cristo seguirão Seu exemplo e serão perfeitos vencedores. Quando o “eu” deixa de lutar pela supremacia permitindo que o coração seja trabalhado pelo Espírito Santo, a alma se torna perfeitamente passiva e a imagem de Deus é espelhada no coração.  A alma estará então de acordo com a mente de Deus e a identidade humana é perdida em Jesus Cristo. A partir daí todas as transações temporais e espirituais que precisam acontecer serão feitas sob a orientação do Espírito Santo sem preocupação, perplexidade, murmuração, detecção de falhas, acusação ou discursos irados” (Manuscript Releases, vol. 21, 4 abr. 1598).

“[...] Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5:25-27).

4.      Quando formos purificados e lavados pela palavra de Deus que habita em nós, seremos vasos aptos para o derramamento do Espírito Santo. Então o Espírito descerá com grande poder e nos preencherá com os atributos do caráter de Jesus. Revestidos de toda a armadura de Deus, iremos adiante para pregar a última mensagem de advertência ao mundo.

“Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; [...]E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; [...] E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus” (Apocalipse 4:1-3, 5).

“Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação [...] Satanás nada pôde achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Tinha guardado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para a sua vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia” (O Grande Conflito, p. 623).

“Estamos nós nos esforçando com todo o nosso poder para atingir a estatura de homens e mulheres em Cristo? Estamos buscando Sua plenitude, avançando sempre para o alvo que nos é proposto—a perfeição de Seu caráter? Quando o povo do Senhor atingir a esse objetivo, serão selados em suas testas. Cheios do Espírito, serão completos em Cristo, e o anjo relator declarará: ‘Está consumado’” (Nossa Alta Vocação, p. 146).

“O selo do Deus vivo só será colocado sobre os que possuem semelhança de caráter com Cristo” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 1083).

“O Espírito Santo procura habitar em cada alma. Caso seja Ele bem-vindo como hóspede honrado, os que O receberem se tornarão completos em Cristo. A boa obra começada será terminada; os pensamentos santos, as celestiais afeições e os atos semelhantes ao de Cristo tomarão o lugar dos pensamentos impuros, dos sentimentos perversos e dos atos obstinados” (Conselhos sobre Saúde, p. 561).

“Não há um impulso de nossa natureza, nem uma faculdade da mente ou inclinação do coração, que não necessite achar-se a todo o instante sob a direção do Espírito de Deus [...] por maior que seja a luz espiritual de alguém, por mais que receba do favor e bênção divinos, deve andar sempre humildemente perante o Senhor, rogando pela fé que Deus lhe dirija todo pensamento e domine todo impulso. Todos os que professam piedade estão sob a mais sagrada obrigação de guardar o espírito, e exercitar o domínio próprio sob a maior provocação” (Mensagens aos Jovens, p. 62).

“Mas o fruto do Espírito é amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança. Contra essas coisas não há lei. Os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gálatas 5:22-25).

5.      Agora Jesus se tornou nosso melhor Amigo e Companheiro constante. Cada palavra dEle é prestigiada e podemos ouvir Sua voz nos guiando, dirigindo e nos dando poder para viver a Sua vida e caminhar nos Seus passos. Estamos ligados a Ele em alma, corpo e Espírito.

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.[...] Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; [...] Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. [...] O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida” (João 6:35, 51, 54, 63).

“Oh, quão preciosa ao coração é uma palavra de elogio que venha dos lábios do Redentor! Poderemos não compreender tudo agora, mas virá o dia em que ficaremos mais do que satisfeitos — dia em que veremos como somos vistos, e compreenderemos que a prova nos produziu um grandíssimo e eterno peso de glória” (Para Conhecê-lo, p. 274).

“Os ensinos de Cristo devem ser para nós como as folhas da árvore da vida” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 5, p. 1269).

“Sua vida precisa circular em nós, como o sangue circula pelas veias” (Nossa Alta Vocação, p. 55).

“É unicamente pela união pessoal com Cristo, pela comunhão diária com Ele, comunhão de cada hora, que nos é possível dar os frutos do Espírito Santo. ... Nosso crescimento na graça, nossa alegria, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e do grau de fé que nEle exercemos” (Filhos e Filhas de Deus, p. 290).

“Estudai cuidadosamente o caráter divino-humano, e inquiri constantemente: ‘Que faria Jesus em meu lugar?’ Esta deve ser a medida do nosso dever” (A Ciência do Bom Viver, p. 491).

“Como o ramo tira sem cessar a seiva da videira viva, assim devemos nos apegar a Cristo, e dEle receber, pela fé, a força e perfeição de Seu próprio caráter” (O Desejado de Todas as Nações, p. 479).

6.      Preenchidos, energizados e inspirados pelo Espírito Santo, e com Jesus como nosso Companheiro constante, fonte de nova vida espiritual, mental, emocional e física, podemos agora interceder por nós e pelos outros com poder e santa ousadia e receber respostas que farão com que a obra de Deus avance com poder até a sua conclusão.

“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” (Romanos 8:26, 27).

“[...] quando o Israel de hoje se humilhar perante Ele e limpar toda mancha que porventura contamine o templo da alma, ouvir-lhe-á as orações em favor dos enfermos e os abençoará no uso de Seus remédios” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 9, p. 164).

“Precisamos não só pedir em nome de Cristo, mas também pela inspiração do Espírito Santo. Isto explica o que significa o dito de que: ‘O mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.’ Romanos 8:26. Tais orações Deus Se deleita em atender. Quando proferirmos uma oração com fervor e intensidade no nome de Cristo, há nessa mesma intensidade o penhor de Deus de que Ele está prestes a atender à nossa súplica ‘muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos’. Efésios 3:20” (Parábolas de Jesus, pp. 72. 73).

“Nossas orações devem ser tão fervorosas e persistentes, quanto a petição do amigo necessitado que solicitava os pães à meia-noite. Quanto mais sincera e perseverantemente pedirmos, tanto mais íntima será nossa união espiritual com Cristo. Receberemos maiores bênçãos, porque possuímos maior fé [...]

“Não precisamos ir aos extremos da Terra em busca de sabedoria, porque Deus está perto. Não é a capacidade que agora possuímos ou havemos de possuir, que nos dará êxito. É o que o Senhor pode fazer por nós [...] Anseia Ele que Lhe estendamos as mãos pela fé. Anseia que esperemos grandes coisas dEle. Anela dar-nos sabedoria, tanto nos assuntos temporais como nos espirituais. Pode aguçar o intelecto. Pode dar tato e habilidade. Empreguemos nossos talentos na obra, peçamos a Deus sabedoria, e ser-nos-á dada” (Parábolas de Jesus, pp. 71, 72).

7.      Como ato de fechamento do plano da salvação, Jesus confere a Seu povo Sua própria perfeição de caráter e os sela para a eternidade, contra as tentações e agressões do inimigo. Todos os seus pecados são apagados, tanto dos livros do Céu como da sua própria memória. Vitalizados pela chuva serôdia do Espírito Santo, e transbordando, eles saem com Jesus para dar a última mensagem de advertência ao mundo e seus habitantes.

“Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões, por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43:25).

“Senhor, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.
Ó Senhor Deus nosso, já outros senhores têm tido domínio sobre nós; porém, por ti só, nos lembramos de teu nome. Morrendo eles, não tornarão a viver; falecendo, não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e apagaste toda a sua memória” (Isaías 26:12-14).

“Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação [...] Cristo declarou de Si mesmo: ‘Aproxima-se o príncipe deste mundo, e nada tem em Mim.’ João 14:30. Satanás nada pode achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Tinha guardado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para a sua vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia” (O Grande Conflito, p. 623).

“No tempo de angústia, se o povo de Deus tivesse pecados não confessados que surgissem diante deles enquanto torturados pelo temor e angústia, seriam vencidos; o desespero suprimir-lhes-ia a fé, e não poderiam ter confiança para suplicar de Deus o livramento. Mas, ao mesmo tempo em que têm uma profunda intuição de sua indignidade, não possuem falta oculta para revelar. Seus pecados foram examinados e extinguidos no juízo; não os podem trazer à lembrança” (O Grande Conflito, p. 620).

“Disse o anjo: ‘Olha!’ [...] Foram-me mostrados os que eu antes vira a chorar e a orar com agonia de espírito. A multidão de anjos da guarda em seu redor fora duplicada, e estavam revestidos de uma armadura da cabeça aos pés. Marchavam em perfeita ordem, semelhantes a um grupo de soldados. Seu rosto expressava o tremendo conflito que haviam travado, a luta angustiosa por que haviam passado. Contudo, seu rosto, antes assinalado pela severa angústia íntima, resplandecia agora com a luz e glória do Céu. Haviam alcançado a vitória, e esta suscitava neles a mais profunda gratidão, e santa e piedosa alegria [...] Anjos maus se lhes agrupavam ainda ao redor, mas sobre eles não tinham poder [...]

“Ouvi os que estavam revestidos da armadura falar sobre a verdade com grande poder. Isto produzia efeito [...] Os honestos, que tinham sido impedidos de ouvir a verdade, agora avidamente a ela aderiam [...] somente a verdade lhes parecia sublime [...] Perguntei o que havia operado esta grande mudança. Um anjo respondeu: ‘Foi a chuva serôdia, o refrigério pela presença do Senhor, o alto clamor do terceiro anjo’” (Primeiros Escritos, p. 271).

“Vi também que muitos não compreendem o que devem ser a fim de viverem à vista do Senhor sem um sumo sacerdote no Santuário, durante o tempo de angústia.  Os que hão de receber o selo do Deus vivo, e ser protegidos no tempo de angústia, devem refletir completamente a imagem de Jesus.

“Vi que muitos negligenciavam a preparação tão necessária, esperando que o tempo do “refrigério” e da “chuva serôdia” os habilitasse para estar em pé no dia do Senhor, e viver à Sua vista.  Oh! Quantos vi eu no tempo de angústia sem abrigo!  Haviam negligenciado a necessária preparação, e portanto, não podiam receber o refrigério que todos precisam ter para os habilitar a viver à vista de um Deus Santo. [...] Vi que ninguém poderia participar do “refrigério” a menos que obtivesse a vitória sobre toda tentação, orgulho, egoísmo, amor ao mundo, e sobre toda má palavra e ação.  Deveríamos, portanto, estar-nos aproximando mais e mais do Senhor, e achar-nos fervorosamente à procura daquela preparação necessária para nos habilitar a estar em pé na batalha do dia do Senhor” (Primeiros Escritos, p. 71).

“O tempo de agonia e angústia que diante de nós está, exigirá uma fé que possa suportar o cansaço, a demora e a fomefé que não desfaleça ainda que severamente provada. O tempo de graça é concedido a todos, a fim de se prepararem para aquela ocasião. Jacó prevaleceu porque era perseverante e decidido. Sua vitória é uma prova do poder da oração importuna. Todos os que lançarem mão das promessas de Deus, como ele o fez, e como ele forem fervorosos e perseverantes, serão bem-sucedidos como ele o foi” (O Grande Conflito, p. 621).

O tempo de angústia está justamente à nossa frente. Jesus está agora convidando cada um de nós a entrar no esconderijo do Seu Santuário. A porta da arca de segurança ainda se encontra aberta para entrarmos e ficarmos seguros através da tempestade à nossa frente. Ele está agora nos chamando para ouvir Sua voz e responder antes do fechamento da porta da graça, antes que seja para sempre tarde demais. Ele nos diz:

“Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira.  Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos” (Isaías 26:20, 21).

“Quais são os quartos em que nos devemos refugiar? São a proteção de Cristo e dos santos anjos” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4, p. 1259).

“Torre forte é o nome do SENHOR; a ela correrá o justo e estará em alto refúgio” (Provérbios 18:10).

“Deus enviará Seus anjos para a animar e proteger, no tempo de perigo” (O Grande Conflito, p. 621).

“Quatro poderosos anjos seguram os poderes da Terra até que os servos de Deus sejam assinalados na fronte. As nações do mundo são ávidas de conflito; mas elas são detidas pelos anjos. Quando for removido esse poder repressor, haverá um tempo de aflição e angústia [...] Todos os que não possuem o espírito da verdade se unirão sob a liderança de agentes satânicos. Mas devem ser mantidos sob controle até chegar o tempo para a grande batalha do Armagedom.

“Anjos circundam o mundo, desfazendo a pretensão de Satanás à supremacia [...] mas eles estão de mãos dadas em volta do mundo e, com contínua vigilância, conservam distantes os exércitos de Satanás, até que esteja completa a obra de selamento do povo de Deus [...] O Senhor é refúgio para todos os que nEle põem sua confiança. Ordena-lhes que se escondam nEle por um momento, até que passe a ira. Ele logo sairá de Seu lugar para castigar o mundo por sua iniquidade. Então a terra descobrirá o sangue que embebeu e já não encobrirá aqueles que foram mortos” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 7, p. 1080).

Não está você feliz por Deus ter um plano que irá erradicar o pecado e os efeitos dele para sempre da nossa vida, da Terra e do Universo? O que quer que tenhamos que enfrentar, quaisquer que sejam as provações pelas quais precisamos passar, temos a promessa de Deus de que Ele nos manterá, nos fortalecerá e nos purificará de toda injustiça. Então, estaremos preparados para estar firmes em Jesus durante o grande tempo de angústia e para estar de pé com Ele no Monte Sião quando o conflito entre o bem e o mal terminar. Que cada um de nós possa fazer parte desse número.

“E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Apocalipse 5:13).

“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor” (O Grande Conflito, p. 678).

 

Carol Zarska, MAR, Escritora, em 4 Setembro, 2019